Rapinoe completa resposta a Trump: título, craque da Copa e melhor do mundo
Resumo da notícia
- Durante a Copa, o presidente Donald Trump e a estrela da seleção americana Megan Rapinoe entraram em conflito público.
- Após dizer que não iria à 'p... da Casa Branca', Rapinoe foi desafiada pelo presidente a "ganhar primeiro" o Mundial.
- Dois meses depois, a jogadora não só ganhou a Copa com os EUA, como somou os dois prêmios individuais mais importantes do ano.
- Rapinoe acabou eleita a melhor jogadora do Mundial e recebeu o prêmio The Best da Fifa.
- No discurso de melhor do mundo, ela voltou a defender as minorias e falou no palco sobre a causa LGBT e sobre racismo.
"Sou um grande fã da seleção americana e do futebol feminino, mas Megan [Rapinoe] deveria vencer antes de falar. Termine o serviço."
Em meio à disputa da Copa do Mundo, de junho a julho na França, Donald Trump desafiou a meia Megan Rapinoe, sua compatriota. A então capitã da seleção americana havia feito sucessivas críticas à política do presidente dos Estados Unidos e anunciou que, em caso de título mundial, se recusaria uma visita à Casa Branca. Os comentários naturalmente entraram no radar da Casa Branca, despertando essa provocação de Trump.
No final, Rapinoe respondeu ao desafio de maneira categórica, vencendo praticamente tudo o que disputou em um espaço de apenas dois meses.
Em 7 de julho, Rapinoe levantou a taça de campeã do mundo, com direito a gol na vitória por 2 a 0 na decisão diante da Holanda. No mesmo dia, triunfou na eleição de grande destaque da Copa. Ontem (23), na festa mais importante do futebol mundial, a jogadora fechou a cerimônia com o troféu de melhor do mundo.
Assim como aconteceu no Mundial, a consagração como a melhor jogadora do ano só faz crescer a influência de Rapinoe, que vai muito além dos gramados. Craque, capitã da equipe e ativista da causa LGBT, a veterana de 34 anos novamente aproveitou o espaço para se posicionar.
Se há dois meses, o assunto era a recusa de ir à "p... da Casa Branca", agora a melhor do mundo ressaltou causas das minorias, como a homofobia e o racismo ainda presentes nos campos de futebol. Essa retórica reapareceu no palco da festa, com palavras aplaudidas de pé pela plateia presente na festa em Milão.
"Raheem Sterling e Koulibaly me inspiraram muito neste ano. Fizeram grandes histórias no campo, mas a maneira como encararam o racismo neste ano e provavelmente em sua vida foi muito importante", ressaltou primeiramente Rapinoe em seu discurso de vencedora.
"Também a torcedora iraniana que colocou fogo no seu próprio corpo por ter ido a um jogo e as jogadoras LGBT que lutam contra a homofobia. Essas histórias me inspiram e me entristecem. (...) Se realmente queremos mudanças, precisamos de todo mundo se posicionando contra o racismo e contra a homofobia, também pela igualdade de pagamentos", acrescentou.
A igualdade no futebol é uma das principais bandeiras erguidas por Rapinoe e toda a seleção americana, que também reforçou as causas defendidas pela capitã. No Mundial, a jogadora não cantava o hino, criticava Trump constante e publicamente e exaltava as conquistas do time para reclamar da diferença salarial na cmoparação com o masculino.
A camisa 15 usou a visibilidade da Copa do Mundo das mulheres, a de maior repercussão da história até aqui, para exaltar suas causas. Consagrada no esporte (coletivamente e individualmente), ela também aproveitou para cobrar a comunidade inteira do esporte mais popular do planeta. O futebol pode mudar o mundo, na visão de Rapinoe.
"Temos a oportunidade de usar este jogo lindo para realmente mudar este mundo para melhor. Temos um poder incrível nesta sala", encerrou a americana.
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