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Substituição contra Santos foi gota d'água na relação entre Ganso e Oswaldo

Paulo Henrique Ganso, jogador do Fluminense, discute com técnico Oswaldo de Oliveira ao ser substituído - Thiago Ribeiro/AGIF
Paulo Henrique Ganso, jogador do Fluminense, discute com técnico Oswaldo de Oliveira ao ser substituído Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/09/2019 04h00

A discussão áspera entre Paulo Henrique Ganso e Oswaldo de Oliveira à beira do gramado foi a imagem mais repetida do empate por 1 a 1 entre Fluminense e Santos no Maracanã. O bate-boca do camisa 10 com o técnico tricolor não chega a ser surpresa para o clube. A substituição considerada equivocada pela torcida foi apenas a gota d'água de uma relação nada boa entre jogador e treinador.

Assim que chegou ao Flu, substituindo Fernando Diniz, Oswaldo colocou Nenê no time titular. Ganso e o experiente meia de 38 anos têm ótima relação, mas a mexida acabou influenciando indiretamente no começo das rusgas dele com o técnico. Com os dois em campo, a equipe precisou, naturalmente, reforçar a marcação, e com isso, dadas as limitações do elenco, perdeu poder de fogo. Para o torcedor, a diferença ficou clara: com Fernando Diniz, o Tricolor jogava melhor.

Rapidamente as críticas sobre a utilização dos dois meias na equipe caíram sobre no técnico, que, se chegou com respaldo da diretoria, nunca teve grande aprovação da torcida.

De lá para cá, Ganso, grande aposta do clube para a temporada, foi substituído seis vezes em oito jogos. Sob o comando de Diniz, o meia havia saído de campo em nove de 27 partidas. Nenê, reserva com o antigo treinador, saiu apenas uma vez. Ou seja: quando precisou optar entre os dois, Oswaldo mostrou clara predileção pelo camisa 77.

As constantes substituições são apenas parte do problema. Há diversos fatores que minaram a relação entre os dois. A insatisfação do jogador não começou com Oswaldo, mas pela saída de Fernando Diniz, treinador com quem possuía ótima relação. Mais do que isso: era um profissional que julgava ideal para seu projeto de recuperação de carreira e imagem. Com contrato de cinco anos com o Flu, Ganso se preocupou com o futuro do clube sem o técnico, e não escondeu a tristeza com a situação.

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Como o próprio Diniz dizia, o camisa 10 do Fluminense precisa se sentir parte importante da equipe para render. E querido. Com Oswaldo, Ganso sempre foi mais um no grupo, ainda que o técnico saiba da capacidade técnica do jogador.

A partida contra o clube que o revelou, o Santos, hoje comandado por um mais treinador que virou seu desafeto, também pesou. Desde o início da partida, Ganso esteve em outra voltagem, "pilhado" contra o time de Jorge Sampaoli. Brigou e correu mais que o normal, reclamou após o gol, discutiu com a arbitragem e tentou motivar os companheiros. Ficou furioso ao ser sacado da partida

A situação da equipe na tabela, claro, também incomoda Ganso. O atleta não esconde o carinho pelo Fluminense, que acreditou em seu futebol após uma passagem decepcionante na Europa. Na última semana, o jogador posou para fotos no aniversário de cinco anos do filho Enrico. Um detalhe chamou a atenção dos torcedores nas redes sociais: o tema da festa era o Tricolor, clube com o qual já mostra identificação.

Com a equipe brigando para não cair no Campeonato Brasileiro, a marcação cerrada de Oswaldo, a revanche frustrada contra Sampaoli e ainda chateado com a demissão de Fernando Diniz, Paulo Henrique Ganso explodiu. Nas redes sociais e nas arquibancadas, a torcida do Fluminense "comprou sua briga" com o treinador. As versões sobre o episódio não foram iguais e, muito provavelmente, foram o estopim de mais uma crise para o clube tentar contornar neste ano.

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