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Cuca no SPFC: brigas, desgaste e falta de padrão de jogo marcam passagem

Técnico Cuca durante treino no CT da Barra Funda - Rubens Chiri / saopaulofc.net
Técnico Cuca durante treino no CT da Barra Funda Imagem: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Arthur Sandes, Danilo Lavieri, José Eduardo Martins, Pedro Ivo Almeida e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

27/09/2019 04h00

Acabou a 'era Cuca' no São Paulo. Depois de cinco meses e meio de trabalho, o treinador acumulou muito mais polêmicas e brigas do que bons resultados à frente do Tricolor paulista e virou alvo de críticas pela falta de padrão de jogo. Com o seu estilo peculiar, o técnico não agradou todo o elenco e até entrou em rota de colisão com integrantes da comissão técnica e da diretoria. Agora será substituído por Fernando Diniz.

Coincidência ou não, tais situações também aconteceram outras vezes na vida de Cuca. Mesmo com a conquista do título do Brasileirão de 2016 do Palmeiras, ele ficou marcado também por casos polêmicos. Já no retorno ao Alviverde, em 2017, afastou Felipe Melo. Abaixo, o UOL Esporte listou uma série de casos que desgastaram o treinador à frente do São Paulo nos últimos meses.

Jogadores mais jovens

Vagner Mancini havia se consolidado como técnico do São Paulo no mata-mata do Paulistão ao promover jovens como Luan, Igor Gomes e Antony. Com a chegada de Cuca, nem todos tiveram as mesmas chances. Tal fato fez com que alguns jovens ficassem irritados. Segundo apurou o UOL Esporte, os dirigentes do Tricolor paulista fizeram o possível para contornar tal situação. No mercado da bola, garotos até foram alvos de clubes estrangeiros. Cuca deu sinal verde para liberar uma das promessas, mas o São Paulo preferiu mantê-lo no elenco.

Jogadores mais experientes

Cuca já deixou claro, antes mesmo de assumir o time, que não gostaria de contar com algumas peças. Estes atletas eram experientes e se irritaram com tal situação. Um destes jogadores até conseguiu quebrar a desconfiança de muitos, contrariar o diagnóstico inicial do treinador e permanecer no clube.

Contratações

Um dos atletas contratados pelo São Paulo não estava na lista de pedidos do treinador. Cuca não ficou satisfeito com a chegada do reforço, que ficou sabendo da história. Mais uma vez, a diretoria precisou entrar em ação para colocar panos quentes.

Declaração polêmica e repreensão de Raí

Após derrota para o Bahia, em maio, o treinador declarou que o elenco iria passar por uma reformulação e que o fato de os jogadores "praticamente" saberem disso atrapalhava o desempenho da equipe. Dirigentes e o elenco não receberam bem tal entrevista. Cuca foi repreendido pelo executivo de futebol, Raí, e pediu desculpas para os atletas.

Brigas

O relacionamento com integrantes da comissão técnica e dirigentes também nem sempre foi harmonioso. Segundo apurou a reportagem, existiram divergências com o preparador Carlinhos Neves, que pediu demissão durante a pausa para a Copa América. Com integrantes da diretoria ele também entrou em rota de colisão. Após reclamar do sistema de iluminação do Morumbi, por exemplo, ouviu críticas do diretor-executivo de infraestrutura do estádio, Eduardo Rebouças.

Sobrou tempo, faltou padrão de jogo

Foram cinco meses e meio de trabalho de Cuca, período que não foi suficiente para o São Paulo adquirir um modelo de jogo. O técnico foi refém de uma sequência de lesões de titulares, é verdade, mas de sua parte não conseguiu usar o tempo que teve para fazer o time evoluir. Desde o início do Brasileirão, por exemplo, o Tricolor teve o período de Copa América e mais 13 semanas inteiras de treino, algo raro no futebol brasileiro - e valioso se comparado a Flamengo e Palmeiras (sete semanas cada), Corinthians (cinco) ou Inter (três). Ainda assim a equipe patinou e venceu só um dos últimos seis jogos, o que resultou na saída do treinador.

Segunda passagem termina mal como a primeira

Cuca já havia comandado o São Paulo em uma ocasião, em 2004. Foi contratado como aposta após boa campanha com o Goiás no Brasileirão anterior, mas ainda não tinha experiência em clubes grandes. A certa altura, bateu de frente com Rogério Ceni por um entrevero do então goleiro com seu preparador físico, Omar Feitosa; e a partir daí foi perdendo o grupo. Pediu demissão após uma derrota no Morumbi para o Coritiba, pouco após uma eliminação da Libertadores.

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