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Itair diz que grupo pediu sua permanência e avalia seu trabalho no Cruzeiro

Itair Machado concedeu longa entrevista na Toca da Raposa durante a oficialização de Abel Braga como novo treinador - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Itair Machado concedeu longa entrevista na Toca da Raposa durante a oficialização de Abel Braga como novo treinador Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

27/09/2019 18h05

Desde o mês de maio, quando o Cruzeiro passou a ser investigado por suspeitas de práticas irregulares na gestão do clube, o vice-presidente Itair Machado virou um dos alvos da ira do torcedor. Mas o dirigente acredita que seu trabalho no clube só poderá ser classificado como ruim se o time não conseguir se recuperar no Brasileirão. Mesmo sofrendo forte pressão no Cruzeiro, ele revelou que um dos motivos para não deixar a instituição foi um pedido de parte dos jogadores. A declaração ocorreu na entrevista concedida nesta tarde (27), quando anunciou Abel Braga como novo treinador da Raposa.

"Eu fico porque um grupo de jogadores me pediu para ficar. E outra, eu acredito no meu trabalho e não quero que o time caia para a Série B. É uma opção minha, não é pertinente no momento", comentou o dirigente, em entrevista na Toca da Raposa.

Itair e alguns jogadores nunca esconderam a boa relação que existe entre o dirigente e atletas. Recentemente, Thiago Neves foi muito criticado por dedicar um gol ao dirigente e sair em defesa do vice-presidente sobre as denúncias de suspeita de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos.

Questionado sobre a avaliação do seu trabalho, Itair Machado falou sobre os títulos conquistado desde quando chegou ao Cruzeiro, no ano passado, e alegou que o balanço até aqui é positivo.

"Se você for avaliar, meu trabalho não está ruim. Fui campeão mineiro, semifinal da Copa do Brasil e estamos mal no Brasileiro. Demos azar na Libertadores, fomos eliminados para o River Plate, não quer dizer que fomos incompetentes. Acredito que será ruim se não recuperarmos no Brasileiro. Por isso eu não saí. Se for olhar isso, nosso rival tem que demitir todo mundo, tem dois anos que não ganha nada. No São Paulo também, no Internacional tem que ser demitido. Se a avaliação do meu trabalho for ruim, não é só eu que tenho que sair. No futebol, vários terão que sair. Inclusive no Flamengo, se não se classificar na Libertadores, que para mim é um dos melhores times no mundo. Eu colocaria entre os dez melhores times no cenário mundial, mas também não está ganhando tudo", acrescentou.

"Sei que eu entrei no Cruzeiro, ganhei três títulos, batalhei para colocar o salário em dia. Peguei o clube com seis meses de imagem atrasados e três meses na carteira (CLT) atrasados. Naquele momento os jogadores estavam cogitando não se apresentar em janeiro. Fiz meu trabalho, reformulei a Toca inteira com muita luta e amigos ajudando financeiramente. Mas fui muito prejudicado por tentar defender o Cruzeiro em todas as áreas. Por isso, em uma conversa com o presidente, disse que não irei mais entrar em outras áreas. No departamento de futebol, o que eu acho que pode estar errado, pode acontecer com qualquer clube", acrescentou.

Por fim, Itair comentou sobre os recentes protestos feitos por torcedores organizados na sede do clube, na porta da Toca da Raposa e até na porta da residência dos diretores celeste.

"Eu acho errado ir para a porta da sua casa. É desumano, errado, mas é a democracia. Mas para melhorar a minha situação, eu tenho é que ganhar jogos. Estou aqui para ganhar jogos, títulos, e é o que eu vou fazer. Mas sobre os protestos, é a democracia. Eu posso juntar algumas pessoas, pegar uns 30 aí, alguns são até pagos, e fazer um protesto. Mas é a democracia, cada um pode fazer o que quiser", encerrou.

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