Má comunicação com medalhões e falsa promessa: o que minou Ceni no Cruzeiro
Resumo da notícia
- Desentendimento no vestiário foi a gota d'água para a saída de Ceni do Cruzeiro
- Treinador tinha pouquíssimo contato com jogadores como Thiago Neves, Edilson e Robinho
- Técnico deixa o clube com o apoio da torcida, mas em litígio com a diretoria
- Dorival Júnior foi sondado, mas está descartado como futuro técnico do Cruzeiro
A passagem de Rogério Ceni pelo Cruzeiro só durou oito jogos. Depois de uma reunião na tarde de ontem, o treinador não resistiu à pressão dentro do clube e deixou o comando técnico. Durante as seis semanas na Toca da Raposa, Ceni encontrou várias dificuldades que minaram seu trabalho no time. A pouca ou quase nula comunicação com alguns atletas e a promessa não cumprida de que teria carta branca no time foram alguns dos motivos que desgastaram bastante o treinador.
Torcidas organizadas do Cruzeiro têm protestado em vários locais de Belo Horizonte contra a atual diretoria e jogadores. O único que escapou ileso das críticas foi Rogério. Esse respaldo, porém, nunca se refletiu dentro do vestiário do time. O técnico nunca esteve na mesma sintonia que seus comandados.
Thiago Neves, autor de críticas públicas sobre as decisões do treinador, não tinha uma boa relação com Ceni e mal se comunicava com ele. O mesmo aconteceu com Robinho e com o lateral Edilson, que sequer foi relacionado nos últimos jogos. No auge da polêmica, Thiago chegou a utilizar suas redes sociais para postar uma foto ao lado dos dois companheiros, acompanhado de uma frase: "Parceria mora aqui". Na derrota para o Flamengo, o meia também não gostou de ouvir do técnico que não voltaria para o campo de jogo. Naquela ocasião, Thiago começou jogando, mas foi substituído por Ezequiel no segundo tempo.
Após a partida contra o Ceará, Dedé, outro jogador tarimbado no elenco, saiu em defesa do camisa 10 e questionou o fato de o meia ter sido preterido. A atitude do defensor gerou muito descontentamento de Ceni e motivou sua saída do vestiário do estádio Castelão.
Além da relação ruim com alguns atletas, outra questão que desagradou Ceni foi o discurso da diretoria que acabou não se concretizando. Recentemente, Marcelo Djian, diretor de futebol, concedeu entrevista e garantiu que o técnico teria respaldo total para mudar o que quisesse na equipe. Na mesma época, o técnico também teve uma conversa com Itair Machado em que o vice-presidente de futebol reforçou a fala do dirigente.
Na prática, o comandante seguiu insatisfeito por notar que não teria tanto poder de decisão quanto imaginava. A derrota na queda de braço contra alguns jogadores do elenco ficou clara ainda após o jogo em Fortaleza, quando Itair sugeriu que Rogério pedisse demissão por causa da falta de clima dentro do vestiário. No desembarque em Belo Horizonte, jogadores e diretoria foram alvos de alguns torcedores que estavam presentes e isentaram Ceni de qualquer culpa. Mesmo assim, a saída do comandante foi definida horas depois, em reunião na Toca da Raposa.
Nos oito jogos que comandou o Cruzeiro, Rogério teve duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. O início foi positivo para o treinador, estreando contra o então líder o Santos e vencendo por 2 a 0. Nos jogos seguintes, empate fora de casa contra o CSA e vitória simples contra o Vasco. Depois disso, vieram os resultados negativos: derrota e eliminação para o Internacional, na Copa do Brasil e goleada por 4 a 1 em Belo Horizonte para o Grêmio. Depois de uma semana bastante conturbada, a Raposa apresentou evolução, mas voltou a perder para o Palmeiras. Antes da partida contra o Ceará, Rogério ainda fez seu último jogo Belo Horizonte pelo Cruzeiro, caindo por 2 a 1 para o líder Flamengo.
Agora, a diretoria do Cruzeiro volta a ganhar outro problema: encontrar um novo técnico. Dorival Júnior era um nome pretendido desde agosto, após a saída de Mano, mas a contratação é pouco provável, já que ele cuidará da saúde e será submetido a uma cirurgia em breve. Certo é que o terceiro treinador da temporada terá a missão de afastar a equipe da zona do rebaixamento. Somente com o Brasileirão pela frente, o time ainda enfrenta uma crise financeira, com atrasos de salários e falta de receitas em um futuro próximo.
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