Abel é apresentado no Cruzeiro e fala em "problema zero" para se incorporar
Anunciado como novo técnico na tarde de ontem (28), Abel Braga chegou a Belo Horizonte e já foi apresentado oficialmente como novo comandante do Cruzeiro. Em suas palavras, ele falou sobre sua passagem como jogador e disse que não terá problemas para se incorporar ao novo grupo. Abel ainda não negou seu estilo próximo dos jogadores, mas reforçou que irá cobrar os atletas.
"Tenho tido muitas felicidades nessa relação entre comissão técnica e grupo. Os meus jogadores sabem que aqui dentro eu vou olhar no olho e falar sempre a verdade. Do campo para fora eu seguro a onda. Eu queria ter pelo menos uma semana (de trabalho), terei um dia. Mas por tudo aquilo que eu conheço do Cruzeiro, acho que não terei problema para me incorporar ao grupo. Problema zero. Problema maior eu tinha no Fluminense de 2011, porque ali tinham três grupos. Mas vocês viram onde chegamos. Basta você saber e ter consciência que o clube é maior que nós todos", disse o treinador, se referindo ao time carioca, que seria campeão estadual e brasileiro no ano seguinte.
Segundo Itair Machado, vice-presidente de futebol, Abel chega ao clube assinando um contrato até dezembro de 2020 sem multa rescisória em caso de demissão. Questionado sobre jogadores que conhece bem como Thiago Neves, pivô da saída de Rogério Ceni, Abel preferiu não entrar em detalhes, mas reforçou a necessidade de fortalecer o elenco para se afastar o quanto antes da ameaça do rebaixamento no Brasileirão.
"Tenho consciência de que posso ajudá-los. Alguma coisa está se passando. Quebrei uma regra minha, nunca peguei trabalho no meio. Se você analisar os últimos 15 anos, passei por cinco clubes. E eu nunca vim tranquilo jogar no Mineirão contra o Cruzeiro. E não quero que o adversário venha enfrentar o Cruzeiro com tranquilidade. Sabendo o tamanho disso tudo, confio nos jogadores, alguns já trabalharam comigo. É um novo recomeço, é o terceiro começo do ano. E o torcedor tem que apoiar. Com ele apoiando, vamos tirar o lado emocional e esse estresse. A primeira coisa é tentar detectar o que está acontecendo. Se descobrirmos isso imediatamente, trazendo o torcedor de volta, vamos trazer a confiança para nós. Nesse momento, não adianta, tem que abraçar a equipe. O maior momento que vivi na carreira foi em 2003, quando saí da Ponte Preta. Quanto terminamos o jogo, conseguimos ficar na primeira divisão. E eu dizia para mim que nunca mais iria passar por aquilo. E não vou, se Deus quiser", acrescentou.
Abel já comandará o primeiro treinamento do Cruzeiro na tarde deste sábado. Nesta segunda-feira, ele ainda ficará no aguardo para ter seu nome registrado no BID e poder comandar a equipe na partida contra o Goiás, às 20h, no Serra Dourada.
Abaixo, outros trechos da entrevista de apresentação de Abel no Cruzeiro:
Passado como jogador: estou extremamente contente. Depois de dois anos no PSG, eu tive uma contusão, quis regressar ao Brasil e o Cruzeiro abriu as portas para mim. Isso foi em 81. Tive sempre essa dívida, sempre ficou a vontade (de voltar) que por três vezes não se concretizou com o Maluf (Eduardo Maluf, ex-diretor de futebol). Agora surgiu essa oportunidade, é como se eu estivesse pagando alguma coisa. Mas não quero falar em gratidão, quero pagar com resultado. Sei do peso da camisa do Cruzeiro, do tamanho do clube e da capacidade individual de cada jogador. É um momento importante para mim, para a equipe, todos estão carregando um peso muito grande.
Como será o seu Cruzeiro: Cada treinador tem o seu jeito. Como podemos dizer se a maneira do Mano estava ou não certa? Eu tenho a minha maneira, sempre joguei com três atacantes, com um homem de área. Trabalhei com o Jadsom, que vai me ajudar muitíssimo aqui também. O Fluminense era uma equipe ofensiva e o Cruzeiro também será ofensivo. Se adversário não tiver medo do Cruzeiro dentro de casa, alguma coisa não está bem. É isso que temos que resgatar logo.
Motivo para aceitar pegar time no meio da temporada: Sei que esse convite não veio antes porque eu tinha esse negócio comigo, de não pegar trabalho no meio. Mas o mercado está louco, está tudo muito rápido. Pensei bem, pensei lá atrás, vi o que era o Cruzeiro quando eu conheci a Toca I. Já conhecia a Toca II. Isso é importante para os jogadores, não só os que trabalharam comigo. Eu sou do diálogo, mas cobro muito. Por isso e nem gosto quando falam em 'paizão', porque seria muito ruim você ouvir de um jogador que poderia ter dado um pouco mais. Mas isso não vai faltar aqui não.
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