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Com estrelas, mas em crise, São Paulo é maior desafio na carreira de Diniz

Apresentação do Fernando Diniz como novo treinador do São Paulo, na tarde desta sexta-feira no CT Barra Funda em São Paulo - Danilo Fernandes /FramePhoto/Folhapress
Apresentação do Fernando Diniz como novo treinador do São Paulo, na tarde desta sexta-feira no CT Barra Funda em São Paulo Imagem: Danilo Fernandes /FramePhoto/Folhapress

Arthur Sandes e José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

28/09/2019 04h00

Fernando Diniz tem o maior desafio de sua carreira pela frente. Ao assumir o lugar de Cuca no comando do São Paulo, o técnico conta com muitas peças qualificadas para aplicar sua filosofia de trabalho. O técnico pode já ter passado por Athletico e pelo Fluminense, mas jamais teve à disposição atletas do calibre de Daniel Alves, Hernanes, Alexandre Pato e Juanfran. Por outro lado, o tempo curto e a crise tricolor são adversários. Logo de cara, após apenas um treino, Diniz já terá de encontrar um meio de vencer o Flamengo, o embalado líder do Campeonato Brasileiro, hoje (28), a partir das 19h, no Rio de Janeiro.

O treinador sabe que entrou em um clube que vive um momento conturbado. Apesar do alto investimento para montar esse elenco estrelar, o São Paulo não está nem sequer perto da briga pela primeira colocação do nacional — 13 pontos atrás da ponta. Além disso, tem no passado recente muito mais fiascos do que glórias. O último título conquistado pelo Tricolor paulista foi a Copa Sul-Americana de 2012.

Nesse cenário, as trocas de técnico passaram a se tornar uma constante. Desde que Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, assumiu a presidência, em outubro de 2015, foram 14 mudanças na comissão técnica -- sendo 11 treinadores, entre efetivos e interinos. No Athletico e no Fluminense, Diniz ainda pôde começar a temporada à frente do time, o que faz muita diferença para a montagem do elenco e para a implementação de um sistema tático.

Agora, no Tricolor paulista, ele passa a dirigir a equipe a praticamente três meses do fim do ano. O fato de seu contrato ser CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) também faz com que o acordo não tenha previsto um tempo determinado de vínculo. Também não foi preciso negociar uma multa rescisória. Ou seja, o clube tem mais liberdade para dispensá-lo se assim preferir.

Por coincidência, um dos principais questionamentos ao trabalho de Diniz é a necessidade de um tempo para que os jogadores se adaptem à sua filosofia. Para complicar, no Tricolor paulista ele já é alvo de pressão antes mesmo de estrear. Ontem, a principal organizada do São Paulo, a Independente, se manifestou de maneira contrária ao treinador.

Diniz, por sua vez, se mostrou consciente do tamanho do desafio que começa a enfrentar hoje e disposto a ser flexível em sua linha de raciocínio para alcançar os melhores resultados.

"Minha carreira está evoluindo. O São Paulo é o auge da minha carreira, espero corresponder à expectativa de todos, quero fazer os jogadores jogarem bem, de forma que cative todos. Não sou inflexível de maneira alguma, o trabalho do técnico é para criar oportunidades. Quanto mais chances criarmos, mais chances de vencer. Já joguei com Fluminense com o time marcando em bloco baixo. Tivemos de jogar como pedia o jogo. O meu trabalho é para conseguir resultados", ponderou Diniz, em sua apresentação.

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