Inter ouve vaias como reflexo de vice-campeonato e quer "olhar para frente"
O Internacional conviveu com cobranças no empate em 1 a 1 com o Palmeiras. Não apenas depois do jogo, frustrados pelo gol sofrido e apenas um ponto conquistado no Beira-Rio, mas antes da partida os aficionados já vaiaram o técnico Odair Hellmann e alguns jogadores. Na avaliação do clube, a situação reflete a frustração pelo vice-campeonato da Copa do Brasil e precisa ser deixada para trás.
"A gente não trabalha para isso, nem nos jogos, nem vai treinar para ser vaiado. Há um respeito, e eu sou um profissional que respeita muito o torcedor e sua manifestação. Não respeito briga, agressão, invadir CT, aeroporto, aí já passa do ponto, não é profissional e sim pessoal, cível. Mas o torcedor vem querendo que o time vença, ainda mais vindo de uma derrota. Eu acho que a vaia é muito mais da tristeza pela Copa do Brasil, algum resquício disso, do que pelo jogo de hoje", disse o técnico Odair Hellmann depois da partida com o Palmeiras.
Durante a partida, com o primeiro tempo muito bom do time gaúcho, a cobrança parecia encerrada. Mas na etapa final, com empate do Palmeiras, o clima ficou tenso. Tanto que um dos ídolos da torcida reclamou. Rafael Sobis se manifestou e pediu mais apoio. Odair também tratou do tema e explicou que vaiar não ajuda nada no rendimento do time.
"Não cabe a mim achar que é justo ou injusto vaiar. Não existe treinador que não sofra pressão ou que não será vaiado. Ainda mais num grande clube. Estamos vendo o futebol brasileiro com uma dança de cadeiras. Entra e sai de treinadores, jogadores decidindo as coisas... Então vemos que muitos clubes não têm comando algum de suas direções. Deixando que as coisas sejam decididas nos vestiários pelos atletas. Está sendo divulgado, vemos isso. Não nos preocupa porque a pressão faz parte e cabe a quem comanda suportar isso", acrescentou o vice de futebol Roberto Melo.
O Internacional entende que as vaias são reflexo do contexto. Eliminado nas quartas de final da Libertadores em Beira-Rio, vice-campeão da Copa do Brasil também com a decisão em casa, vindo de uma derrota no Brasileiro para o Flamengo após uma vitória sofrida contra a Chapecoense. Todo contexto pesa para os momentos mais tensos no Beira-Rio.
"No futebol brasileiro há este contexto de imediatismo, não adianta. Precisa do resultado. O ambiente aqui é muito mais reflexo da Copa do Brasil que perdemos. No Brasil, eu sei, é pior ser segundo do que décimo ou oitavo. Temos a cultura do herói e do bandido. O herói de domingo, o bandido na quarta-feira. Mas eu não posso cair nessa", acrescentou Odair Hellmann.
"Tenho que ter convicção. Neste um ano e 10 meses que tenho de trabalho aqui, tenho conseguido muito mais coisas boas para o clube do que ruins. É horrível perder, talvez não fizemos uma grande partida, não era nossa noite, mas tem que trabalhar, respeitar a manifestação do torcedor. Não podemos deixar que essa intranquilidade gerada pelo externo entre aqui. Vamos visualizar o que temos que corrigir, mas temos consciência que o caminho é difícil."
A direção dá respaldo ao treinador. Mesmo com a cobrança da torcida, Odair não tem posto ameaçado e seguirá no leme. "No meu caso, a direção sempre respaldou a caminhada. Nos momentos difíceis, sempre acreditaram em mim, confiaram no trabalho e no que eu poderia fazer como treinador", completou.
O Internacional encara o Cruzeiro no próximo sábado pelo Brasileirão.
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