Ceni tentou "repetir Fortaleza" no Cruzeiro e gerir até horário de refeição
Resumo da notícia
- Forma de gestão adotada por Rogério Ceni foi reprovada por alguns nomes do elenco do Cruzeiro
- Treinador tentou melhorar o ambiente fazendo com que os jogadores se reunissem durante as refeições
- Modelo é semelhante ao adotado no Fortaleza e que teve sucesso, já que conquistou títulos relevantes
- Depois de assumir o Cruzeiro, Ceni se arrependeu por não conseguir mudar o cotidiano do clube
Rogério Ceni já acertou a volta ao Fortaleza, mas a saída do Cruzeiro ainda repercute. Um dos motivos para a difícil relação no dia a dia do clube era a forma como o técnico fazia gestão. Ele tentou ajustar até questões referentes às refeições do elenco, o que foi reprovado pelos principais líderes.
Assim como fez em sua primeira passagem pelo Fortaleza, o ex-goleiro tentou transformar o ambiente na Toca da Raposa II. A ideia era mudar tudo o que estava interferindo negativamente em campo. Um dos pensamentos era unir o elenco. Para isso, ele pensou que poderia interferir no horário das refeições, deixando todos lado a lado no restaurante do clube. O técnico acreditava que seria um aspecto relevante para um ambiente melhor. O pensamento, porém, não surtiu efeito. A recepção dos atletas foi totalmente negativa.
Alguns dos principais líderes do elenco se incomodaram com a nova determinação e expuseram o caso para o vice de futebol Itair Machado. O dirigente é visto como um aliado do elenco no departamento de futebol.
Como tinha carta branca para gerir o esporte no Cruzeiro, Ceni tentou outras alterações no cotidiano, fazendo treinos fechados e até considerados inovadores em relação ao que era visto com Mano Menezes, seu antecessor. Porém, a sua forma de trabalhar não agradou.
Durante a sua passagem pela Toca da Raposa II, Rogério Ceni não escondeu o desapontamento com a diretoria. O treinador se arrependeu por ter aceitado o convite para assumir o time de Belo Horizonte.
Ceni esperava que a crise vivida pela atual gestão não fosse interferir diretamente em seu trabalho à frente do clube. No entanto, viu que seria impossível desvencilhar os bastidores do que acontecia nas quatro linhas.
Os atrasos salariais constantes e a ausência de respaldo da diretoria, sobretudo do vice de futebol Itair Machado, o deixaram vulnerável em um vestiário repleto de medalhões. O técnico percebeu que precisaria mais do que propunha para fazer a equipe jogar mais e obter resultados positivos. Em sua última cartada, tentou isolar os detratores de seu trabalho para dar mais chances aos jovens, mas em vão.
Ele foi demitido após um empate por 0 a 0 com o Ceará e somente com oito partidas à frente do clube de Belo Horizonte.
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