Rui Costa não se esconde na crise e tenta blindar o elenco do Atlético-MG

O Atlético-MG viveu o seu maior momento de crise na temporada, com seis derrotas seguidas no Brasileirão e a eliminação na semifinal da Sul-Americana. No dia seguinte à queda no torneio continental, o diretor de futebol Rui Costa convocou uma entrevista e assumiu a responsabilidade pela fase negativa da equipe.

A atitude é apenas um símbolo do que o dirigente faz em sua rotina na Cidade do Galo. Com a incumbência de gerir o elenco ao lado do gerente de futebol Marques, o gaúcho convive diariamente com os atletas e comissão e tenta se posicionar sempre ao lado de todos, mesmo em situações críticas.

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Rui Costa adota uma ideia de assistir às entrevistas de Rodrigo Santana após as partidas, até quando não pode conceder declarações aos repórteres - imposição comum em competições organizadas pela Conmebol.

"Essa é uma cultura muito da minha formação, de estar presente, se não falando, fisicamente. É uma forma de prestar ou representar que você também está ali. De onde venho, no Sul, os dirigentes sempre falam depois dos jogos. Depois, fui para um clube em que os dirigentes não falam sempre. Como demonstrar que estava ao lado de todos? Fisicamente", disse Rui Costa em entrevista ao UOL Esporte.

Mas não é só ali que ele se faz presente. O diretor de futebol adota uma postura diferente de seus antecessores e acompanha diariamente as atividades na Cidade do Galo, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ele frequentemente está no local, evitando ficar na sede administrativa, em Lourdes, bairro da região Centro-Sul de Belo Horizonte. A intenção é seguir como alguém presente nos bastidores do clube.

Nesta temporada, ele apareceu em momentos importantes na sala de imprensa da Cidade do Galo. Rui Costa se posicionou após os recentes casos polêmicos de Juan Cazares fora das quatro linhas. Em ambas, cobrou o dono da camisa 10 pela postura extracampo.

"O Atlético me dá autonomia para me posicionar quando quero. O espaço do vestiário é o espaço do treinador. Você vai me encontrar mais vezes nas horas difíceis", comentou o diretor de futebol.

"Não tem necessidade de estar à frente do projeto quando o projeto está bem. Isso teve um custo na minha carreira, paguei um preço por isso. Estou ali para blindar processos e profissionais. Não que eles não possam ser criticados e repreendidos. É outra coisa que tive um grande aprendizado quando migrei para diretor profissional. Não pode performar para a torcida, tem que ser alguém que defende os seus profissionais. Às vezes, você diz que houve algum problema, mas tem um mantra: é cobrar de forma privada e elogiar publicamente. Os atletas com quem convivi sempre tiveram relação respeitosa comigo", acrescentou.