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Injustiçado? Titular há dois anos, Patrick ainda recebe críticas no Inter

Patrick foi o autor do gol do Inter contra o Palmeiras na partida do último domingo - Ricardo Duarte/Inter
Patrick foi o autor do gol do Inter contra o Palmeiras na partida do último domingo Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

02/10/2019 04h00

Patrick chegou ao Inter sem grandes holofotes. Contratado após o fim do vínculo com Sport, não teve início badalado ou era pedido de cara no time titular. Conquistou seu lugar nos jogos e treinos com muito empenho. E conseguiu. Titular na maior parte das duas últimas temporadas, o jogador só não conquistou totalmente a torcida, que ainda vaia e critica.

Não é estranho ver aficionados do colorado pedindo a saída dele da equipe. Quando o sistema de som do Beira-Rio anunciou a escalação do time para o jogo contra o Palmeiras, no último domingo, ele foi um dos vaiados. Com a bola rolando, marcou o gol do Inter no empate em 1 a 1 e fez uma série de boas jogadas.

Polivalente, Patrick já atuou como extrema pela esquerda, centralizado, de volante e até lateral. Tem por característica a preferência pelo embate físico, o drible e boa presença para conclusão.

Os números referendam a opção de Odair Hellmann por ele. São 51 jogos com oito gols no ano passado, 35 partidas com quatro gols até agora, além de uma série de participações em lances importantes.

No Brasileiro deste ano, em estatísticas do Footstats, o que muda com ele em campo são situações de jogo. Com Patrick atuando, o Inter troca menos passes e finaliza 8% menos. Porém aumenta o número de cruzamentos, desarmes e interceptações. Aumenta a perda de posse de bola em 11%, mas também aumenta a quantidade de dribles.

Além disso, o aproveitamento de pontos na competição nacional cai 11% sem ele no time.

"Não posso comandar o sentimento do torcedor. O que eu posso fazer é dar meu melhor em campo. Desde que comecei a vestir a camisa do Inter, eu tenho me dedicado ao máximo. Infelizmente, às vezes vamos jogar mal e seremos cobrados. Se isso me abalasse, hoje eu não estaria fazendo parte do grupo. Já fui criticado, e estou dando a volta por cima. Então, faz parte do futebol, a torcida vai apoiar e criticar e temos que entender que é nosso trabalho e estamos expostos a isso. Não é à toa que jogo este tempo todo, tem números para mostrar isso. Então é manter a cabeça no lugar, trabalhar e dar meu melhor, que é o que eu faço a cada partida, procurando ajudar meus companheiros e respeitando o torcedor", disse Patrick.

Não foi só Patrick. Uendel, Klaus, Sobis e o técnico Odair Hellmann também foram vaiados antes do duelo com Palmeiras. E após o empate todo o time recebeu a hostilidade dos aficionados.

"O futebol é assim. Se a gente não tiver resultado, é cobrado. Não adianta nada chegar na final [da Copa do Brasil] e não conquistar o objetivo. Estávamos conversando outro dia, parece que o clube que chegou na final e não ganhou é pior do que o que saiu lá no início da competição. Se estamos seguindo o trabalho aqui desde que o Inter voltou para Série A, é porque o trabalho é bom. A cada ano e a cada jogo vamos tentar melhorar. Chegamos à final da Copa do Brasil, não conquistamos o título, todos sentimos, e vamos continuar trabalhando para no ano que vem, se chegarmos, conquistar o objetivo. Daí, tenho certeza que essas críticas vão embora", completou o meio-campista.

O Internacional encara o Cruzeiro, no próximo sábado, pelo Brasileirão, em Minas Gerais.

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