Aliados se revoltam com Campello por veto a sócios sem explicação no Vasco
Desde ontem (4), algumas das centenas de pessoas que entraram com propostas de associação na categoria que dá direito a voto na eleição de 2020 (sócio-geral) receberam comunicados do Vasco sendo informados que seus pedidos foram negados pela diretoria. A forma como o informativo foi dado, ressaltando que o artigo 14 do estatuto permite ao clube não ser obrigado a apresentar justificativas para o veto, revoltou torcedores, associados, grupos políticos e até mesmo aliados do presidente Alexandre Campello, responsável direto por aceitar ou não o ingresso deles.
A ala mais radical do grupo que tornou-se base de apoio do mandatário no decorrer da gestão avalia como "absurda" a postura para a recusa, não fazendo questão de informar o motivo pelo qual a pessoa não estava sendo aceita no quadro social.
Postulante a candidato de oposição em 2020, Julio Brant criticou a decisão em postagem no Twitter:
O "Site Casaca", grupo que foi aliado do ex-presidente Eurico Miranda durante anos, também criticou a postura de Campello e informou que irá lutar pelos que foram barrados:
Segundo o clube, a maioria das centenas de pessoas que estavam com a situação pendente ainda estão com seus casos sob análise. Entre os vetados, porém, já há uma quantidade considerável que estuda ingressar na Justiça contra a decisão.
Vale lembrar que muitos deles chegaram a pagar três meses de mensalidade, embora o Vasco tenha se comprometido, no comunicado, a ressarcir tais valores.
Entenda o caso
Após o Conselho Deliberativo votar pela redução da taxa de adesão para a categoria que dá direito a voto (sócio-geral), cerca de mil vascaínos ingressaram com o pedido até o dia 15 de agosto, que foi o prazo máximo dado para quem quisesse participar da eleição de 2020.
O plano, porém, prevê que, para se associar, a pessoa precisa de um sócio proponente para assinar sua ficha de inscrição e também de uma aprovação pelo presidente do clube, Alexandre Campello.
Passados até três meses de mensalidades pagas, centenas de torcedores ainda não tiveram uma resposta sobre suas situações, o que têm gerado reclamações dos mesmos e críticas por parte da oposição, que acusa Campello de estar "peneirando" os novos associados.
O presidente vascaíno, então, foi cobrado pelo Conselho de Beneméritos e o respondeu em carta alegando que a demora se dá por supostas movimentações suspeitas na adesão dos postulantes à sócios-geral, detalhando alguns itens como: ônibus fretado para associação em massa; plantões de sócios no clube para assinarem como proponentes - com casos de até 130 propostas assinadas pelo mesmo proponente; e primeiras mensalidades pagas com cartões de crédito de terceiros (veja na carta em anexo).
Até o momento, pouco mais de 400 pessoas tiveram suas propostas aceitas e a tendência é a de que o número não se altere tanto, com centenas tendo seus ingressos na categoria de sócio-geral vetados por Campello.
Veja a íntegra do comunicado:
"Viemos através deste informá-lo que sua proposta de sócio-geral do Club de Regatas Vasco da Gama, infelizmente, foi indeferida. Referente à justificativa da recusa, segue trecho do artigo 14 do estatuto:
'As importâncias de que trata o presente artigo ficarão em depósito e serão devolvidas, desde que não seja aceita a proposta. A diretoria não é obrigada a dar os motivos da recusa'.
Em breve, entraremos em contato para mais informações quanto à devolução do valor despendido no ato da proposta".
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