Ferraz explica taticamente queda do Santos e detalha função em variações
O Santos das últimas nove rodadas não vem conseguindo ser o mesmo dos primeiros 13 jogos do Campeonato Brasileiro. Segundo o capitão Victor Ferraz, o problema não está na falta de vontade, mas sim em um aspecto tático que foi neutralizado pelos adversários.
Para o lateral-direito, os rivais aprenderam a jogar contra a proposta de jogo do Peixe e, a partir daí, as coisas ficaram mais difíceis para o clube. O esquema do técnico Jorge Sampaoli aproveitava vulnerabilidades dos times, mas os adversário entenderam onde estava o problema e corrigiram.
"Tivemos sequência jogando bem e passamos a ser visados. Tínhamos um estilo e aproveitávamos parte do campo e fragilidade do adversário, que prefiro não comentar, de uma forma que não conseguiam marcar. Do outro lado há bons treinadores e passaram a tirar o que tínhamos de melhor. Foi puramente coisa tática e técnica, e mérito dos adversários. Numa reunião com Sampaoli, num dos piores momentos, ele explicou. Vai ao contrário do que todo mundo pensava. Nosso problema não é de vontade, ambição, pegamos GPS e testes e somos o segundo time que mais corre. É puramente tática. Temos que nos reinventar dentro do campeonato e mudamos um pouco", disse Ferraz e acrescentou:
"Palmeiras teve muitas vitórias, ficou visado e aprenderam a jogar contra. Menos campo, marcar mais de perto o Dudu, dobrar no Scarpa ou no Veiga, Lima, e Palmeiras teve dificuldade. Mano teve de reinventar e estão conseguindo vencer novamente. Assim como no Jesus em relação ao Abel [no Flamengo]. É muita informação hoje. Vimos três vídeos do Vasco essa semana, por exemplo. É difícil surpreender. Estamos conseguindo nos reinventar. Contra o CSA foi diferente e vamos ver se continua dando certo. Espero que dê certo contra o Vasco, é um jogo-chave para nossas pretensões."
Mesmo sendo um dos líderes da equipe e não tendo um reserva imediato, Ferraz chegou a ficar no banco em diversas oportunidades na temporada. As variações de esquema de Sampaoli, às vezes, contam com Lucas Veríssimo como um zagueiro-lateral pela direita e tiram o espaço do camisa 4. A preferência do capitão, segundo o próprio, é atuar em linha de quatro defensiva.
"Gosto de jogar como lateral mesmo na linha de quatro. Não vou ficar em cima do muro. Mas jogar em outras funções não me deixa desconfortável. Minha preferência é jogar onde sempre joguei, tenho mais costume, conheço mais atalhos e apoio mais. Mesmo jogando com três zagueiros, não tenho tanta liberdade na linha de quatro para dar cruzamento, assistência. Não sou profundidade, sou jogo apoiado e fica mais difícil dar passe para gol. No Paulista meus números eram maiores porque eu chegava mais pelo lado. Eu giro mais o jogo, sou sustentação, é mais difícil. Cuido da transição também. Me sinto confortável das duas formas, mas minha preferência mesmo é pela linha de quatro", revelou.
A tendência é que Ferraz atue da forma como prefere na partida de hoje, às 17h, contra o Vasco, em São Januário, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. Sem Veríssimo, suspenso, e Luiz Felipe, lesionado, Sampaoli tem poucas opções para o setor e deve montar o time com apenas dois zagueiros.
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