Carille se revolta e é expulso após gol do Cruzeiro; Sálvio vê lance legal
O técnico do Corinthians, Fábio Carille, se revoltou com a validação do segundo gol do Cruzeiro no jogo de hoje entre as equipes na Arena Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, e acabou expulso após reclamar do árbitro Bruno Arleu de Araújo. Na transmissão do Premiere, o comentarista e ex-árbitro Sálvio Spinola avaliou que o gol da equipe celeste foi legal. O Cruzeiro venceu a partida por 2 a 1.
No lance (veja vídeo acima), Fagner dividiu no meio-campo e acabou jogando a bola para trás até Éderson, que estava bastante à frente do último zagueiro do Corinthians, mas não impedido - já que a bola veio do time adversário, e não de um companheiro. O auxiliar levantou a bandeira e o zagueiro Marllon parou, mas o árbitro não apitou. A jogada seguiu, Éderson driblou Walter e fez o gol.
"Realmente ele levantou a bandeira", disse Sálvio. "Nesse momento, a bola vem do Fagner, o assistente levanta, mas a bandeira é só informal. Aí ele abaixa, e o árbitro manda seguir. Os jogadores não podem parar, quem manda é o apito do árbitro, não a bandeira."
Depois de Éderson fazer o gol, o auxiliar voltou a erguer o braço para sinalizar o impedimento. O árbitro, porém, manteve o gol após a checagem silenciosa do VAR. Os jogadores do Corinthians protestaram devido ao movimento do assistente, mas não adiantou. Carille, por sua vez, reclamou ostensivamente no banco de reservas, levou o cartão amarelo e, em seguida, após novo grito contra o juiz, foi expulso.
Até onde a gente sabe, ele [assistente] tem de esperar o lance acabar [para levantar a bandeira]. Ele levou antes e depois. É automático parar. Ele interpretou errado e acabou nos prejudicando"
Marllon, zagueiro que parou de correr atrás de Éderson ao perceber bandeira levantada.
Na entrevista coletiva concedida ainda no estádio após a partida, Carille explicou sua revolta com o assistente da equipe de arbitragem, disse não ter falado "nada" que justificasse sua expulsão e ainda criticou a decisão do árbitro de dar cartão amarelo a Bruno Méndez no lance em que o zagueiro tocou com a mão na bola causando pênalti.
"A questão do VAR é o que eu escutei, o que fomos orientados. O bandeira tem que esperar terminar. Não tem nada para falar do gol, foi gol. Mas o bandeira não pode levantar. Ele tem que esperar o lance terminar para ser checado. E o juiz estava na linha do lance, viu que não foi o jogador do Cruzeiro que tocou no lance e não tinha a necessidade. Foi um erro. Acabou me expulsando, e não falei nada demais, meio que se perde. No primeiro lance do gol do Cruzeiro o Bruno não leva a mão a bola, então também foi pênalti, mas para que dar o cartão amarelo? O VAR veio para melhorar, mas está causando muita dúvida na cabeça de todo mundo", discursou o treinador corintiano.
Quem também conversou com os jornalistas, ao lado de Carille inclusive, foi o diretor de futebol alvinegro, Duílio Monteiro Alves. O dirigente reafirmou o discurso do treinador e ainda mencionou um outro lance em que o Corinthians teria sido prejudicado, no qual o árbitro sinalizou falta de Marllon em Fred — Vital chegou a balançar as redes em tal jogada quando a arbitragem já havia paralisado a partida.
"Sobre a arbitragem eu acho que teve o lance do gol do Mateus Vital, ele deu uma falta do Marllon que eu não vi. E sobre o impedimento a orientação é não levantar, mas a nossa também é não parar. Só que ele levantou, baixou e levantou de novo, e o próprio jogador do Cruzeiro parou. Foram vários erros e isso o próprio professor falou. A gente espera que melhore logo", afirmou Duílio.
Com a derrota, o Corinthians parou nos 44 pontos e pode perder a quarta posição amanhã. Já o Cruzeiro chegou aos 28 pontos e termina o dia fora da zona do rebaixamento, no 16º lugar.
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