Semana livre é antídoto para São Paulo "meio travado" no começo de Diniz
Resumo da notícia
- Fernando Diniz tem sua segunda semana livre após seis jogos no São Paulo
- Treinador foca trabalho no entendimento tático para que o elenco se adapte logo
- "Não dá para querer jogar como o Audax?, diz auxiliar técnico
A comissão técnica do São Paulo tenta usar esta semana completa de treinamentos para acelerar a adaptação do elenco ao modelo de jogo de Fernando Diniz. Após vencer o Avaí por 1 a 0, o Tricolor tem dias seguidos de trabalho no CT da Barra Funda antes de receber o Atlético-MG no domingo (27).
Diniz ainda nem sequer completou um mês no clube e já acumula seis jogos disputados. Ele teve uma semana livre logo no começo, entre os jogos contra Flamengo e Fortaleza, mas desde então precisou conciliar os treinos táticos com a preparação específica para cada partida. Não à toa o time ainda está "meio travado", como o próprio treinador admitiu nesta sequência.
"Nosso maior aliado é o tempo, mas quando não temos precisamos dar um passo de cada vez", explica o auxiliar técnico Márcio Araújo, braço direito de Diniz no São Paulo. Ele diz que os jogos "ajudam a reforçar o estilo de jogo", mas a evolução acontece mesmo é na rotina no CT. "Não dá para chegar em outubro e querer jogar como o Audax jogava, com três anos de trabalho. Mas aqui tem um grande barato, uma diferença importante: o elenco é muito qualificado", afirma em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
O modelo de trabalho de Diniz tem como base o trabalho tático, que acontece com frequência maior do que com a maioria dos treinadores. Em uma semana cheia como a atual, o plano é sempre ter treinos de terça a sexta, pela manhã, com bola e posicionamento o tempo todo. "A razão do sucesso do Fernando Diniz é o treino, porque faz duas, três horas debaixo do sol quente. Se for só meia hora de trabalho intenso, aí é outro tipo de jogo", diz o auxiliar Márcio Araújo.
Desde que chegou Diniz concentra esforços para desenvolver a saída de bola do São Paulo, com exercícios em campo reduzido e o chamado "treino fantasma". Nas poucas vezes em que a imprensa pôde acompanhar as atividades, o treinador se mostrou muito comunicativo e explicativo, quase em tom professoral nas orientações ao time. Ainda é a primeira etapa do trabalho, de exposição dos jogadores ao novo modelo; o aprofundamento destas ideias deve ficar para a pré-temporada de 2020.
"Esse modelo de jogo que o Diniz implanta não é comum no profissional, sei porque eu estava na base e é muito mais fácil de ver times que propõe o jogo nas outras categorias. Quando se apresenta novas ideias, isso requer um tempo para se acostumar. Esse tipo de futebol tem detalhes que fazem a coisa funcionar. Eu acredito que com o passar do tempo nosso grupo vai se acostumar, pegar os macetezinhos, e o grupo vai embora pela qualidade técnica e física. É questão de tempo para dar certo e engrenar, em breve espaço de tempo, a gente vai que vai", prevê Igor Gomes.
A partir de hoje, o São Paulo tem mais quatro dias de treinos antes de receber o Atlético-MG às 16 horas (de Brasília) de domingo, no Morumbi. A partida vale pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, e o Tricolor busca pontos para permanecer na quarta colocação.
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