Médico do Fla explica "milagres" para volta de lesionados em tempo recorde
Eles não entram em campo e não marcam gols, mas têm tido papel decisivo na temporada de vitórias do Flamengo. Ante a maratona de jogos e o desgaste, os jogadores vem sofrendo com lesões e é aí que o departamento médico rubro-negro tem "ganhado" jogos.
O trabalho de recuperação recente de atletas com lesões consideradas graves assombrou muita gente e levantou a dúvida: foi um blefe? Chefe do setor, Marcio Tannure rejeitou veementemente a tese e falou sobre o trabalho feito.
O profissional ressaltou o investimento em medicina genética e regenerativa, pontuou que a estrutura física do Ninho do Urubu surpreendeu até o técnico Jorge Jesus, e afirmou que o trabalho 100% integrado foi decisivo para que o Fla entrasse na partida contra o Grêmio com todos os seus titulares em campo.
"O mistério do treinador faz parte, mas não tem como mentir sobre lesões. Teve gente que chegou a falar que o Arrascaeta não tinha sido operado. Com vou submeter o atleta a isso? Não é blefe, é só ver o tempo médio que essas lesões exigem para o retorno. Não precisamos mentir. Não tem mistério, tem trabalho sério. A cobrança vai ser ainda maior a partir de agora", disse Tannure ao UOL Esporte, explicando os retornos que a torcida tratou até como "milagre"
Com ou sem jogo de cena, fato é que a velocidade da recuperação chamou a atenção. Na goleada por 5 a 0 sobre o Tricolor, o "Mister" mandou a campo Arrascaeta e Rafinha, dois jogadores que haviam passado por cirurgias recentes (leia caso a caso abaixo). O caso do uruguaio espantou o próprio rubro-negro:
"Para ser bem honesto, nunca vi isso. O caso do Arrascaeta era para quatro a seis semanas, mas ele voltou em 19 dias. Era uma lesão bem complexa de menisco".
Com 10 pontos de vantagem sobre o vice-líder Palmeiras, o Fla volta a campo amanhã (27) para encarar o CSA, às 19h, no Maracanã. Ainda que com a força máxima à disposição, a tendência é que algumas peças sejam preservadas ao menos no início do duelo. Sem blefe.
Caso a caso
Diego
Com fratura no tornozelo, o camisa 10 foi operado no dia 25 de julho. A estimativa era de que o meia só voltasse à ativa em 2020, mas voltou a ser relacionado na vitória sobre o Fluminense, dia 20 de outubro. Contra o Grêmio, entrou em campo por alguns minutos e quase deixou sua marca.
"A média seria cinco meses. Ele quis desde o começo acelerar, mas queimar etapas traz riscos, pois você pode perder tempo depois", explicou Tannure.
Rafinha
O jogador sofreu uma fratura na face na vitória por 2 a 0 sobre o Athletico. Operado no dia 15 deste mês. Com um capacete para proteger o local, entrou em campo oito dias depois. O médico do Fla ressaltou que o pronto atendimento foi decisivo e afirmou que o prazo para consolidação do procedimento gira entre 30 e 45 dias:
"Ele falou que ia jogar desde o início".
Arrascaeta
Com lesão no menisco, o camisa 14 foi operado no dia 4 de outubro e voltou em 19 dias. O caso foi surpreendente até para os médicos do Fla, que estimavam de quatro a seis semanas para volta. O jogador fez trabalhos específicos com jogadores da base e retomou o trabalho com o elenco em duas semanas.
Filipe Luís
O lateral-esquerdo teve uma lesão no joelho e o tratamento conservador foi o caminho escolhido. O caso não era considerado simples e, segundo o médico, Filipe era o mais apreensivo de todos. O prazo conservador de retorno era de seis a oito semanas. O rubro-negro foi diagnosticado no dia 3 de outubro e entrou em campo no dia 20.
"Muitos médicos optariam pelo tratamento cirúrgico. Ele estava muito receoso, mas eu tinha certeza do retorno", analisou o médico.
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