Topo

São Paulo

São Paulo tem a melhor defesa em 30 anos e vê torcida abraçar zagueiros

Arboleda e Bruno Alves disputam bola aérea contra o Avaí em jogo do Brasileirão - Marcello Zambrana/AGIF
Arboleda e Bruno Alves disputam bola aérea contra o Avaí em jogo do Brasileirão Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Bruno Grossi

Do UOL, em São Paulo

29/10/2019 12h00

Resumo da notícia

  • Em jogos competitivos, São Paulo tem média de 0,68 gol sofrido por partida
  • Esse é o melhor número desde a temporada de 1989, quando a média foi de 0,66
  • No ano passado, a defesa tricolor já tinha alcançado as melhores marcas desde 2007
  • Arboleda e Bruno Alves estão cada vez mais nos braços da torcida

O São Paulo que tenta se consolidar no G-4 do Campeonato Brasileiro tem no sistema defensivo sua principal força. Isso pode ser representado pela admiração da torcida pelos zagueiros Bruno Alves e Robert Arboleda. Mas a prova desse poder está em uma marca importante que o Tricolor quer quebrar neste ano: ter a melhor defesa do clube nos últimos 30 anos.

A média de gols sofridos pelo São Paulo em 2019 é de 0,68. Ou seja, 34 gols tomados em 50 partidas, contando apenas jogos competitivos na temporada — a Florida Cup não foi computada. Esses números são os melhores desde 1989, quando o Tricolor levou 32 gols em 48 confrontos, gerando média de 0,66 — também foi desconsiderado um torneio amistoso.

O que separa essas duas temporadas é a quantidade de partidas sem tomar nenhum gol e os resultados conquistados.

Neste ano, o time não foi vazado em 22 jogos (44%) e ainda disputará mais dez rodadas do Brasileirão, depois de cair precocemente na Copa Libertadores da América e na Copa do Brasil e de ser vice-campeão estadual. O aproveitamento atual é de 50% dos pontos.

Em 1989, a equipe foi vice-campeã nacional, faturou o Campeonato Paulista e não levou gols em 26 duelos (54%), com aproveitamento de 57%.

Na atual edição da Série A, o São Paulo luta para defender o posto de melhor defesa da competição — tem 17 gols sofridos, contra 20 do Corinthians, segundo melhor no quesito, e 22 do líder Flamengo e do vice Palmeiras.

A evolução defensiva dos são-paulinos vem desde os tempos de Dorival Júnior, que arrumou o setor para fazer o Tricolor fugir do rebaixamento em 2017. O uruguaio Diego Aguirre conseguiu dar sequência ao trabalho, embora sobrassem críticas sobre o desempenho do goleiro Sidão.

Agora, a torcida comemora a segurança da defesa pelo crescimento de Bruno Alves e Arboleda. Os dois zagueiros têm sido reverenciados no Morumbi e nas redes sociais e, juntos, fizeram 16 partidas no Brasileirão. Foram 11 gols sofridos e apenas três derrotas com a dupla formada. Arboleda ainda fez um gol e deu uma assistência, enquanto Bruno registrou um passe para gol.

Os dois ainda contam com aparições confiáveis dos reservas Anderson Martins e Walce e já haviam derrubado marcas importantes no ano passado. Na ocasião, ajudaram a zaga a ter o melhor rendimento desde 2007.

Há ainda a afirmação do goleiro Tiago Volpi. Ele jogou 49 das 50 partidas competitivas da temporada, salvou a equipe em jogos do Brasileirão e ainda ficou marcado por defender dois pênaltis na semifinal do Paulistão diante do Palmeiras.

O rival, aliás, será o próximo teste para a defesa tricolor. Amanhã, às 19h30, os times se enfrentam no Allianz Parque, e o técnico Fernando Diniz terá o segundo clássico à frente do São Paulo. No primeiro, diante do Corinthians, o São Paulo mostrou alto poder de marcação, inclusive a partir dos atacantes, obedecendo a um dos princípios mais zelados por Diniz.

Por outro lado, ainda é preciso atingir outro ideal de jogo do técnico: um ataque mais poderoso. O Tricolor só tem mais gols que seis equipes da Série A — quatro delas terminaram a 28ª rodada na zona de rebaixamento — e na temporada tem média inferior a um gol por partida: 0,92.

Pablo é o artilheiro da equipe com sete gols, mesmo tendo jogado 23 vezes, menos da metade dos compromissos do time.

São Paulo