Barbalha se apalavra com Bruno: "Se jogar e for bem, esqueceu o que passou"
O goleiro Bruno está apalavrado com o Barbalha, clube cearense pelo qual pode disputar a Copa do Brasil ano que vem. Também garantida na primeira divisão do Campeonato Cearense, a equipe aguarda uma visita do jogador ou de um representante para conhecer a infraestrutura da agremiação de cidade homônima, de aproximadamente 60 mil habitantes e a 500 km de distância da capital Fortaleza.
Como Bruno cumpre pena de 20 anos e nove meses de prisão pelo homicídio de sua ex-companheira, Eliza Samúdio, além de sequestro e cárcere privado do filho do casal, Bruninho, e está desde julho em regime semiaberto em Varginha (MG), o Barbalha ainda espera uma confirmação junto à advogada do goleiro, Mariana Migliorini, para entender a viabilidade da transferência para o interior do Ceará.
"O Bruno não tem necessidade de ficar em Varginha. Ele pode informar que vai mudar para outra cidade", explica Mariana em contato com o UOL Esporte. "E aí o juiz vai avaliar as condições que ele terá de cumprir. Não é um pedido de autorização, é uma informação. Ele não pode sair sem informar, então precisará de um comprovante de endereço, por exemplo. Se você indicar um novo endereço, pode mudar. Do contrário, seria como se estivesse fugindo da execução da pena", acrescenta.
Durante a recente passagem frustrada de dois meses pelo Poços de Caldas (MG), Bruno encontrou dificuldade para manter rotina de treinos por conta da distância de 150 km até Varginha, onde mora com a família, e da consequente necessidade de liberações judiciais para viajar. A advogada do goleiro alega que o clube é que não cumpria com exigências relacionadas ao envio de ofícios para a comarca de Varginha.
Fato é que, se a contratação de Bruno se concretizar, o Barbalha está ciente de uma eventual repercussão negativa. Afinal, quando Boa Esporte (2017) e Poços de Caldas (2019) contrataram o goleiro em jogadas de marketing, a opinião popular a nível nacional não foi boa.
O clube cearense, porém, aposta no sucesso de Bruno dentro de campo para minimizar críticas que a contratação possa gerar. Em entrevista ao UOL Esporte, o presidente do clube, Lúcio Barão, projetou sucesso para ambas as partes no negócio que define como uma "aposta".
"Acho que são dois cenários possíveis: muita negatividade ou muita visibilidade. Se o Bruno chegar aqui, jogar e for bem, acabou. Esqueceu o que passou, esqueceu tudo", diz, em referência à imagem do goleiro perante a opinião popular. "Se ele chegar aqui e for mal, aí as críticas vão aumentar. Mas se ele chegar aqui e for bem, pegar um pênalti, passar uma fase da Copa do Brasil, sei lá, aí estoura. Estoura ele, estoura o clube, estoura todo mundo. É um risco que a gente tem de apostar, entendeu?", conclui.
Em agosto, ainda antes de Bruno acertar com o Poços de Caldas, o Barbalha já havia entrado em contato com o goleiro e, por meio de uma enquete, questionado sua torcida nas redes sociais sobre a possível contratação: após mais de 15 mil participações, 58% das pessoas que votaram se mostraram favoráveis e 42% foram contrárias. Já mais recentemente, em meio às atuais tratativas, houve uma chamada de vídeo, pelo celular do presidente, entre o jogador e torcedores da uniformizada Nação Tricolor, que cantaram "Brunão é da Nação" durante a conversa.
"É uma responsabilidade muito grande assumir uma contratação dessa sozinho diante do que aconteceu com a vida do Bruno. Por isso tomei cuidado de fazer uma enquete, ouvir a opinião pública. Depois me reuni com a torcida, com os membros da torcida organizada. Então estou tendo um aval da torcida", analisa Lúcio Barão.
O UOL Esporte apurou que Bruno tem também ofertas formais do Madureira (RJ) e de um clube de Minas Gerais. Interessado em jogar a Copa do Brasil de 2020, para a qual o Barbalha se classificou ao vencer a primeira fase do Estadual de 2019, ele se apalavrou com o time nos últimos dias, antes mesmo de se tornar pública sua saída do Poços de Caldas, desde que os cearenses façam alguns ajustes no pré-contrato, como por exemplo numa cláusula de multa rescisória inicialmente prevista. O goleiro também pediu para receber o teto salarial da equipe, mas as partes chegaram a um acordo por um valor ainda um pouco maior, que seria bancado parcialmente por patrocinadores do clube.
Enquanto não formaliza seu possível novo destino no futebol, Bruno mantém rotina de treinamento em Varginha. Por lá, onde tem de ficar em casa das 20h às 6h e aos domingos e feriados, o goleiro faz atividades físicas pela manhã e técnicas à tarde com treinadores particulares e jogadores amadores.
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