Volta de Moledo altera defesa do Internacional mais do que o provável
Rodrigo Moledo volta à zaga do Inter contra o Athletico, quinta-feira, pela 29ª rodada do Brasileirão. E mesmo que seja uma troca simples na defesa, a alteração de característica na comparação com Bruno Fuchs se reflete não apenas na proteção ao gol de Marcelo Lomba.
Ainda que Moledo não tivesse voltado de lesão, Fuchs não poderia atuar já que recebeu o terceiro cartão amarelo contra o Bahia e está suspenso. Mas neste caso, se fosse Roberto a ocupar o posto, seria momentâneo.
Com a volta de Moledo após mais de um mês afastado em razão de uma lesão muscular na coxa direita, a alteração tende a ser permanente e retoma parceria do início da temporada com Victor Cuesta.
Técnica e saída de bola x força e imposição
A comparação entre Bruno Fuchs e Rodrigo Moledo mostra como dois zagueiros, ainda que façam a mesma função, podem ser totalmente diferentes. O jovem de 20 anos tem por característica principal a saída de bola qualificada. Por vezes avança aos dribles, tenta - e muitas vezes acerta - lançamentos longos e até conclusões de longe. Foi formado como meia, por isso se diferencia dos demais defensores pela qualidade técnica.
No entanto, não é ponto forte de Fuchs a imposição. Quando ainda comandava o Inter, Odair Hellmann disse que ele havia evoluído muito neste quesito, mas ainda precisava, e precisa, ganhar capacidade de vitória em disputas aéreas e jogadas de força.
E são exatamente nestas situações que Moledo se destaca. Zagueiro tradicional, o atleta de 32 anos esbanja saúde em divididas ríspidas, distribui carrinhos, rebatidas, vence disputas aéreas e não tem vergonha alguma de simplificar. Moledo não é um zagueiro de saída ou o responsável por lançamentos mais interessantes. Porém dá segurança aos colegas pela capacidade de retomar a bola em disputas um contra um e pela imposição por cima.
Se Cuesta vinha dividindo com Fuchs a saída de bola do Inter, terá menos contribuição de Moledo e precisará contar ainda mais com os laterais e volantes para o início das jogadas. A premissa de Zé Ricardo em valorizar a posse de bola - aplicada nos treinamentos com a insistência pela saída curta - terá um participante a menos. Por outro lado, a retaguarda ganhará força física.
Caberá a Heitor e Zeca, que agora são orientados a jogar mais por dentro, aproximados dos zagueiros e volantes, e principalmente Rodrigo Lindoso, a oferecerem opções de toque para Cuesta. Marcelo Lomba tem aprimorado a participação como alternativa de passe nos treinamentos e também poderá ser mais utilizado.
E no ataque, ainda que não contribua com arrancadas, lançamentos ou chutes de longe, Moledo é arma importante em escanteios. Os avanços dele já ocasionaram muitas jogadas de gol desde o início da temporada.
Moledo disputou 34 jogos e marcou quatro gols na temporada. Em sua ausência, o Inter empatou três partidas, perdeu duas e ganhou outras duas, gerando aproveitamento de 42,8%.
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