Como o Atlético-MG passou do G4 à luta contra a queda no Brasileirão
O Atlético-MG começou a disputa do Campeonato Brasileiro 2019 na briga pela parte de cima da tabela de classificação. Porém, o time sofreu queda vertiginosa de rendimento. Ao final da 14ª rodada, ocupava a quarta colocação. Agora, com 29 jornadas disputadas, sua luta é contra o rebaixamento, ocupando o 13º lugar, seis pontos distante do chamado Z4.
Mas o que fez o time mineiro lutar contra a queda depois de um início promissor de temporada? O UOL Esporte lista alguns erros cometidos na gestão de Sérgio Sette Câmara em 2018 que levaram a equipe à situação atual.
Demora para encontrar diretor
A função de diretor de futebol era ocupada por Alexandre Gallo até outubro de 2018. Contudo, o cargo ficou em vacância até abril de 2019. Marques, que jamais havia exercido a função, foi o escolhido para atuar de modo interino neste período. A dificuldade para buscar reforços o transformou em gerente de futebol. A contratação para a posição foi efetivada somente em abril, com Rui Costa. O dirigente foi anunciado às vésperas do jogo de ida da final do Campeonato Mineiro e pouco pôde fazer.
Para se ter ideia, dos oito reforços contratados por Marques no início do ano, somente quatro são considerados titulares por Mancini: Réver, Guga, Igor Rabello e Jair. Rafael Papagaio, por exemplo, já deixou a Cidade do Galo. Vinícius, Maicon e Geuvânio estão no banco de reservas.
Salários atrasados
O Atlético passa a temporada com atrasos salariais recorrentes. A diretoria encontra dificuldades para honrar seus compromissos com o elenco. Há relatos de até dois meses de atrasos. Alguns atletas se queixam também de não receber os direitos de imagem na data correta. O clube alega que está atrás de recursos para quitar a dívida.
Dificuldades no mercado da bola
O Atlético-MG gastou US$ 5,2 milhões (R$ 20,72 milhões na cotação atual) para buscar o lateral esquerdo Lucas Hernández e o volante Ramón Martínez na janela de transferências do meio do ano. Os estrangeiros, no entanto, sequer iniciam jogos. Wilson e Franco Di Santo foram contratados de forma gratuita. No entanto, somente o atacante tem atuado com frequência. Ele perdeu espaço contra a Chapecoense, mas deve recuperar na reta final do Brasileirão.
Os problemas no mercado da bola não se restringiram à busca por atletas. A diretoria também não encontrou treinadores dispostos a assumir a equipe. Tiago Nunes (duas vezes), Jorge Sampaoli, Rogério Ceni, Juan Carlos Osorio e Jorge Jesus recusaram ofertas da cúpula.
Erros da comissão técnica
Não foi só a diretoria que cometeu equívocos nessa derrocada atleticana. Ainda houve erros cometidos por parte de integrantes comissão técnica, sobretudo na anterior, liderada por Rodrigo Santana. A ideia de priorizar a Sul-Americana em detrimento do Brasileirão é apontada como um sério deslize até por jogadores do time. O veterano Réver não esconde a sua opinião:
"Desandou quando você prioriza uma competição. Não se pode abrir mão de uma competição como o Brasileiro. O time corre bastante, luta, mas não cria. A gente encontrou uma retranca (contra a Chapecoense). Saíram à frente, e a gente não teve poder de reação. Foi 2 a 0 e poderia ter sido mais. A gente precisa evoluir, crescer. Não vai ser a derrota que vai nos definir. A gente precisa acordar, porque daqui a pouco entra na zona de rebaixamento e é mais difícil de sair. Não conseguimos fazer o jogo dentro de casa", afirmou.
Queda de peças importantes
O Atlético-MG viu suas principais peças caírem de rendimento na temporada. Ricardo Oliveira fez 13 gols até a paralisação para a Copa América 2019. No entanto, após a disputa do torneio, marcou um gol apenas. Não à toa se tornou um dos alvos da torcida nos jogos disputados no estádio Independência.
O mesmo aconteceu com outros atletas. O jovem Alerrandro, por exemplo, praticamente sumiu da equipe também no segundo semestre de 2019. Vinícius, que se tornou titular depois da disputa da Copa América, voltou ao banco de reservas depois de reduzir a sua participação ofensiva.
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