Torcedores do Fla vivem drama sem ingresso e têm risco de viagem "perdida"
Com 145 mil pessoas inscritas no programa de sócio-torcedor, os torcedores do Flamengo vivem uma correria desenfreada pelos 12,5 mil ingressos disponibilizados para a final da Libertadores, em uma equação cuja demanda é muito superior à oferta.
Se muitos daqueles que pagam as mensalidades sequer terão chance de adquirir as entradas para o jogo decisivo contra o River Plate, a vida de milhares de rubro-negros "comuns" está ainda mais dura. Além da perspectiva remota de conseguirem um lugar na finalíssima, muitos compraram pacotes para Santiago, capital da Chile, e acompanham com apreensão o desenrolar dos protestos no país. Ante a tensão política crescente, há o risco de mudança de sede, ainda que as autoridades chilenas tenham dado garantias para a realização da partida do dia 23 de novembro.
Esse é o caso da secretária-executiva Laura Schnoor, que usa suas redes sociais como uma forma de conseguir um tíquete milagroso. Com a classificação na mão, ela desembolsou algo em torno de R$ 5 mil para ir ao país andino, ainda que sem garantia alguma de estar no Estádio Nacional.
"Vou de qualquer jeito. Se o local mudar, desisto e pago a multa para alterar a passagem. Se o local for mantido, pretendo encontrar amigos, ir para a porta e tentar achar um ingresso perdido no chão. É contar com um milagre divino", brincou ela, que disse não descartar os serviços de um cambista.
Com a explosão de adesões ao programa "Nação", muitos tiveram de fazer upgrade para ter maior prioridade na hora da compra. Outros optaram pela seguinte tática: dividiram com amigos o valor mensal de um plano mais caro e que dá mais ingressos em partidas do Brasileiro. A estratégia, no entanto, não funciona para a finalíssima continental, já que apenas o titular teve a possibilidade de obter uma senha para comprar uma entrada, que é pessoal e intransferível.
O economista Felipe Duek e um grupo de amigos se enquadra nesta situação, embora não tenham conseguido o passe ainda. As passagens para Santiago estão compradas desde que o Fla venceu o Internacional por 2 a 0, em jogo valido pela ida das quartas de final. Com assento no avião garantido, as batalhas agora são outras.
"A hospedagem nós fechamos somente depois da segunda semifinal contra o Grêmio, quando o flamengo garantiu a vaga. Continuo na corrida aqui atrás dos ingressos, vamos ver como vai ser até lá. Único esquema que surgiu até agora foi de hospitalidade, mas sai por 2,5 mil dólares [cerca de R$ 10 mil] e achei caro demais", contou Felipe.
Não bastasse a ansiedade pelo fim do jejum de 38 anos desde que o Flamengo venceu sua única edição do torneio, os rubro-negros encaram outros "adversários" difíceis de serem driblados. Resta a estes torcedores saberem onde e como estarão na batalha pelo bicampeonato.
Mercado paralelo
A corrida por um ingresso para a final da Libertadores fez com que torcedores do Flamengo criassem uma espécie de "mercado paralelo". Nas redes sociais, muitos rubro-negros pediram a membros do plano "+ Paixão", programa de sócio-torcedor, que não fossem ao Chile que comercializassem o código para a compra da entrada para não-sócios ou sócios de planos inferiores. Esta categoria dá prioridade número 1 na compra.
De acordo com o que foi divulgado pelo Flamengo, ontem (30), apenas os vinculados ao "+ Paixão" começaram a ter acesso ao site que vai gerar o código que permitirá a compra do ingresso. Para os outros planos, estará disponível nos próximos dias, conforme explicado neste link. São apenas 12.500 bilhetes e a expectativa é que eles acabem rapidamente.
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