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Contra o Vasco, Flu insiste em estratégia de "jogo decisivo" para treinador

Três atacantes: Marcão escalará Fluminense mais ofensivo contra a Chapecoense - Lucas Merçon/Fluminense FC
Três atacantes: Marcão escalará Fluminense mais ofensivo contra a Chapecoense Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/11/2019 04h00

O Fluminense enfrenta o Vasco neste sábado, às 19h, no Maracanã, com muito mais do que os três pontos em jogo. Além de se tratar de um clássico e da pressão que vive na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o jogo ganhou ares de decisivo para o técnico Marcão. Pela terceira vez na competição, a equipe entrará em campo com um "ultimato" para seu treinador. E nas outras duas, a estratégia não deu certo.

Contra o CSA, na 15ª rodada da competição, Fernando Diniz estava por um fio. A pressão sobre o técnico vinha desde a entrevista coletiva após a vitória de Mario Bittencourt e Celso Barros nas eleições antecipadas do clube, em junho. Na ocasião, o então eleito vice-geral e ex-presidente da Unimed mostrou que não era muito fã do trabalho do técnico.

Na semana da partida, Celso se reuniu com o grupo e fez fortes cobranças, que não foram bem vistas pelo elenco. Da declaração polêmica até a partida foram 10 jogos, com apenas três vitórias - só uma pelo Brasileirão. Um dia antes do jogo, mais pressão: o dirigente afirmou categoricamente que só uma vitória manteria o técnico. A derrota no Maracanã para o então vice-lanterna, que não havia vencido nenhum jogo fora de casa, significou o fim da linha para Diniz.

Seis rodadas depois, o Flu receberia o Santos no Maracanã. A equipe vinha de dura derrota para o Goiás, no Serra Dourada, e o clima entre Oswaldo de Oliveira e o elenco, que nunca foi bom, estava azedo. A diretoria já não tinha firmeza sobre a manutenção e, apesar de tratar do assunto internamente, considerava o jogo um divisor de águas: ou o Flu vencia, ou Oswaldo caía.

A torcida, que já se mostrara contra a contratação, não nutria nenhuma paciência por ele. No jogo, que teve duas expulsões, gol contra, VAR e uma discussão do técnico com Ganso que por pouco não foi às vias de fato, as arquibancadas o xingavam de maneira uníssona, defendendo o camisa 10. No dia seguinte ao empate por 1 a 1 que tirou o Tricolor da zona de rebaixamento, o treinador, que chegou a mostrar o dedo do meio para um torcedor na saída do campo, foi demitido.

Marcão assumiu interinamente com o Fluminense fora da zona de rebaixamento e um jogo importante em casa: o Grêmio, um dos poucos adversários que a equipe bateu no primeiro turno, vinha com reservas ao Maracanã, por conta da semifinal da Libertadores. A equipe venceu e atuou bem. Assim, o presidente Mario Bittencourt deu um voto de confiança ao auxiliar permanente e o efetivou.

Vieram mais três jogos, com outras duas vitórias e um empate. O Tricolor vivia sua melhor sequência no Campeonato Brasileiro e abriu o placar sobre o Athletico com apenas quatro minutos de jogo. Mas o rubro-negro paranaense virou o jogo e derrotou o Flu, que de lá para cá, amarga quatro jogos sem vitória. A equipe perdeu o Fla-Flu em seguida, empatou em casa com a Chapecoense e perdeu para o Ceará no Castelão, voltando à zona de rebaixamento. A pressão aumentou e Marcão já balança no cargo, com sinalização dentro do clube de que pode voltar a ser auxiliar.

Assim, mais uma vez, o jogo contra o Vasco é uma decisão: só uma vitória mantém o treinador no comando de um barco que parece sem rumo, não só por culpa dos marinheiros, mas também dos comandantes. Com 30 pontos e na 17ª colocação, a equipe precisa de uma vitória para mudar o ânimo e se recuperar no Brasileirão.

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