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Mario banca permanência de Marcão no Flu contra a vontade de Celso Barros

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/11/2019 04h00

A situação do Fluminense no Campeonato Brasileiro não ficou nada melhor após o empate sem gols com o Vasco no clássico de ontem (2) no Maracanã. Com 31 pontos e na zona de rebaixamento, a pressão aumenta sobre todos, principalmente sobre o técnico Marcão. A equipe começou bem sob seu comando, com três vitórias e um empate, mas não venceu nos últimos cinco que completam os nove de seu trabalho: foram dois empates e três derrotas. O treinador balança no cargo, mas recebeu voto de confiança do presidente Mario Bittencourt, mesmo contra a vontade do vice-geral Celso Barros.

A avaliação do mandatário é que o mau momento não é culpa do treinador, já que a equipe teve boas atuações na maioria das partidas onde foi comandada por Marcão. Celso, por outro lado, vê a situação apertar com a proximidade do fim da competição sem que o Tricolor reaja e volte a vencer. No clube, diz-se que o vice-geral já teria procurado Odair Hellmann, ex-técnico do Internacional e que atuou pelas Laranjeiras como jogador, inclusive, atuando ao lado do atual treinador. Procurado pelo UOL Esporte, o estafe de Odair negou a sondagem.

Na coletiva após o jogo, o técnico não bancou sua permanência. Sabendo que Celso Barros não apoia sua manutenção, Marcão se resumiu a dizer que está no clube para ajudar do jeito que for, nem que não seja como treinador. Mario, no entanto, assegura a permanência e tenta apaziguar os ânimos na diretoria.

A declaração, na realidade, é uma faca de dois gumes que denota também certa falta de ânimo com o trabalho. Talvez minado pelo ambiente de divergências na diretoria, além, é claro, da tabela, o ambiente no clube já foi menos tenso. O vestiário, a princípio, está alheio e fechado com o técnico, mas o elenco não dá demonstrações de força suficiente para justificar mais votos de confiança.

À época da efetivação de Marcão, Celso não se opôs, mas também não foi entusiasta. Para ele, já naquele momento, o Tricolor deveria procurar outro treinador, mais "cascudo" para situações de pressão. Como o começo do trabalho foi bom, o dirigente ofereceu apoio, de início, mas já está em outro lado na trincheira, insistindo pela queda. Internamente, os movimentos do vice-geral são sabidos e incomodam a diversos setores. O presidente tem no vice um aliado na maioria das questões, mas as divergências no futebol causam problemas de comunicação.

Após o empate sem gols, não houve reunião da cúpula de futebol nem outra fora do comum no vestiário. Os jogadores mostraram confiança na retomada e lamentaram as chances perdidas. Agora, o Flu terá sequência complicada fora de casa: enfrenta São Paulo, na quinta-feira (7), e Internacional, domingo (11).

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