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Jornal aponta indícios de lavagem de dinheiro em fundação de Lionel Messi

Fundação e empresa que administra contratos de Messi são gerenciadas por pai de astro, Jorge (foto) - Josep Lago/AFP
Fundação e empresa que administra contratos de Messi são gerenciadas por pai de astro, Jorge (foto) Imagem: Josep Lago/AFP

Do UOL, em São Paulo

04/11/2019 17h35

De acordo com o jornal argentino La Nación, novos documentos poderão agravar recentes acusações de lavagem de dinheiro contra Lionel Messi e seu pai, Jorge Messi. Segundo a publicação, a Fundação Leo Messi transferiu fundos "sistematicamente" da Espanha para a Argentina nos últimos sete anos, de forma a maquiar vencimentos do camisa 10 do Barcelona.

"Após analisar centenas de movimentações bancárias, livros contábeis e outros registros, verificou-se que, em uma amostra de 364 cheques assinados pela entidade entre 2012 e 2018, a fundação dedicou apenas 6% de seus fundos a atividades beneficentes", descreveu o diário, citando "fontes judiciais". "A maioria dos recursos (...) saiu de seus cofres para despesas que não foram detalhadas pela família Messi", acrescenta.

A principal hipótese das autoridades argentinas é de que a Fundação Leo Messi, com sede na cidade argentina de Rosário, é usada como ferramenta do jogador para sonegar impostos sobre seus contratos na Espanha. A empresa Limecu S.A., que administra contratos do astro, também é investigada. As duas são gerenciadas por Jorge Messi.

Desde 2013, segundo o La Nación, a Limecu S.A. movimentou cerca de US$ 200 milhões. A empresa aparece frequentemente como destinatária de fundos transferidos a partir da fundação - entre 2013 e 2016, foram pelo menos 16 cheques da fundação destinados à Limecu e a familiares do jogador.

As informações oficiais da Fundação Messi já estão nas mãos do juiz Ariel Lijo, responsável pelo caso de denúncias de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O promotor Ramiro González já havia solicitado em outubro a quebra do sigilo fiscal de Messi, de suas empresas e de sua fundação.

Em 2017, Messi e seu pai já foram condenados na Espanha por crime fiscal. A Justiça do país entendeu na ocasião que o jogador ocultou parte de sua renda oriunda de direitos de imagem sob uma falsa transferência para empresas que foram criadas pela família para pagar menos impostos.

Procurada pelo jornal argentino, a defesa de Messi diz que nenhuma instituição ligada à família cometeu crimes. "É uma campanha na mídia de um grupo de pessoas que querem receber dinheiro da família. Todas as contas da fundação são muito transparentes", informaram os advogados.