Mario afasta Celso Barros de viagem do Flu; ideia é isolar vice do futebol
O presidente Mario Bittencourt agiu internamente e tirou o vice-geral Celso Barros das viagens do Fluminense para São Paulo e Porto Alegre, onde o Tricolor atua pelas duas próximas rodadas. A decisão veio após publicação do dirigente nas redes sociais pressionando o técnico Marcão e expõe divergências internas antecipadas pelo UOL Esporte. A dupla eleita em julho já não fala a mesma língua no clube.
A informação do afastamento de Celso foi primeiro veiculada pelo "Globo Esporte", que entrevistou o ex-presidente da Unimed na noite de segunda-feira (4). As declarações do dirigente caíram como uma bomba no clube. O vice-geral é contra a manutenção de Marcão, bancada por Mario. O treinador comanda o Flu normalmente contra o São Paulo e provavelmente também contra o Internacional.
A diretoria age para isolar o vice do departamento de futebol. Celso Barros ocupa um cargo eleito pelos sócios até 2022, portanto, só deixa o clube se renunciar. O estatuto, entretanto, não indica obrigatoriedade de participação do vice-presidente geral no futebol, ainda que o esporte seja a atividade-fim da associação. Este foi um arranjo feito por Mario para convencer o médico e empresário a seguir em aliança para as eleições.
Agora, o panorama é outro: Mario e seus apoiadores diretos desejam alijar Celso das decisões majoritárias do futebol, conforme informado pelo site "NETFLU" que corrobora apuração do UOL Esporte. Para isso, não descartam nem a recriação da vice-presidência de futebol, indicando outra pessoa para o cargo e praticamente impedindo o dirigente de se manter próximo ao campo e bola. O elenco não é partidário do dirigente, bem como a relação entre ele e o presidente não é boa. Sem muitas saídas, o clube tenta tornar Celso Barros uma "Rainha da Inglaterra".
Se dizia não ter interesses políticos no auge da parceria entre Unimed e Fluminense, o dirigente mudou de ideia com o fim do patrocínio, que foi de 1999 até 2014. De lá para cá, Celso tentou ser presidente do clube em 2016 e se alinhou ao lado de Mario para a eleição antecipada de 2019. O que o médico e empresário sempre desejou com isso, entretanto, era voltar a viver o mundo do futebol.
Apesar de não ter base tão forte de apoio em Laranjeiras, no clube social, o dirigente carregava boas parcelas de votos e grupos políticos, o que interessou a Mario e Ricardo Tenório, que formavam um "triunvirato" de oposição antes da saída do último, que enfrentou e foi derrotado pela dupla no pleito de julho.
Mario Bittencourt e Celso Barros jamais foram, de fato, aliados políticos no Flu. Enquanto vice de futebol, o atual presidente não era dos mais próximos de Celso, mas o desejo de ambos em chegar ao poder os uniram. Agora, entretanto, Mario, que detém maior poder político, não anda mais tolerando a verborragia e as opiniões fortes de seu vice. A tendência é de cisão, já que o racha pode inviabilizar a vontade do ex-presidente da Unimed. O isolamento, em último caos, pode fazê-lo renunciar.
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