Flamengo de Santiago lamenta troca de local da final da Libertadores
A mudança da decisão da Copa Libertadores de Santiago (CHI) para Lima (PER) frustrou especialmente um grupo de admiradores chilenos que representam, ao seu modo, o nome do finalista brasileiro na competição. Mesmo que agora o Rubro-Negro tenha de desbravar a América em outro lugar, o Fla tem um legítimo representante em território chileno desde 1978. Antes mesmo de os cariocas conquistarem o continente e o mundo, um grupo de amigos e vizinhos fundou o Club Deportivo Flamengo, que disputa uma liga amadora local e usa as cores do xará mais famoso.
O rubro-negro do Chile tem times de diversas faixas etárias, mas sua realidade difere muito da fartura de que desfrutam os jogadores que atuam na "matriz". Sem aporte financeiro oficial, resta o apoio dos próprios jogadores e simpatizantes para a agremiação manter suas atividades. Em meio ao caos social no qual o Chile está mergulhado, ficou uma ponta de tristeza com a troca, mas a certeza de que as reivindicações do povo chileno por melhorias estão acima de qualquer outro assunto neste momento.
"Sem a Copa, imagine a tristeza que é para todos nós. Há pessoas que já compraram até ingresso, é uma pena. Mas, como chilenos, sabemos que hoje em dia a prioridade é ter uma vida mais digna, e estamos lutando por isso", disse o jornalista Miguel Arenas, um dos diretores da versão chilena do Fla.
A história do pequeno clube chileno teve início em 1968, quando amigos que moravam na Villa Artuto Pratt decidiram montar uma equipe. Inicialmente, o time foi batizado com o nome de Elson Beyruth, homenagem a um ídolo brasileiro do Colo Colo. Em busca de "personalidade jurídica", que permitisse ao grupo ser reconhecido como um ente social, Domingo Pacheco, fundador e presidente, decidiu homenagear o "Mais Querido". Daí em diante, o vermelho e preto foi incorporado ao visual da turma, substituindo um uniforme inspirado na seleção brasileira.
"Nosso clube se financia mediante múltiplas atividades, seja por prêmios por ganhar campeonatos ou pelo valor pago pelos jogadores para jogar competições. Há também rifas e iniciativas que buscam gerar ingresso de dinheiro. O amor pelo clube foi imediato e se contagiou aqui no Chile. Sempre buscamos formas de assistir os jogos, seja pelo Facebook ou pela TV a cabo", completou ele
A homenagem não se traduz em apoio financeiro - algo que nunca foi solicitado pelos chilenos. Já a oportunidade de ver o Flamengo de perto aconteceu em 2016, mas as lembranças não foram boas: derrota por 1 a 0 para o Palestino local. De lá para cá, muitos de seus "hinchas" já estiveram em partidas no Maracanã e na Ilha do Urubu.
O bom momento dos cariocas empolga os "hermanos", que creem em um final feliz para a temporada de 2019. Mesmo à distância, Arenas acredita que Lima será cenário para uma conquista rubro-negra.
"O Flamengo tem demonstrado superioridade para ganhar a Libertadores. Esperamos que assim seja. Tivemos a má sorte de perder a Copa Sul-Americana (em 2017), mas esse ano temos a experiência e os jogadores necessários para alcançar os objetivos".
Em tempos de multiplicação de sósias nas arquibancadas, o Flamengo tem um "clone" para chamar de seu no Chile. Ainda que mais longe da decisão, os rubro-negros chilenos estarão na torcida contra o River Plate. Seja aonde for, uma vez Flamengo, sempre Flamengo.
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