Por que Coelho já contrariou Carille e escalou Pedrinho como ele gosta
Resumo da notícia
- Em dois jogos sem Carille, Pedrinho atuou como meia centralizado e não na ponta
- Ex-técnico achava que o meia não tinha corpo para atuar na armação de jogadas
- Já Coelho acredita que a inteligência permita Pedrinho jogando por dentro
- Pedrinho gosta de atuar como meia e joga assim na seleção brasileira sub-23
- Ele terá sequência como meia, mas será desfalque no domingo, contra o Inter
Um dos maiores tabus do Corinthians em 2019 foi desfeito logo após a demissão do técnico Fábio Carille: nos dois últimos jogos, Pedrinho foi escalado como meia centralizado e não na ponta direita.
A decisão pela mudança de posicionamento do jogador mais valioso do elenco foi de Coelho, técnico interino e que já havia trabalhado com o jogador de 21 anos nas categorias de base.
No elenco profissional desde 2017, Pedrinho sempre disse que gostava de jogar centralizado. Sua rotina de treinos e jogos na base sempre alternou o meio e a ponta, mas no time principal a ideia de Carille era tê-lo aberto - o ex-técnico do clube, aliás, reforçou que nunca o tinha visto atuar como meia na base. Neste ano, André Jardine escalou Pedrinho por dentro nos compromissos da seleção brasileira sub-23, o que aumentou a pressão para que ele fosse usado assim no Corinthians pelo bom rendimento.
Coelho cedeu. Contra o Fortaleza, na vitória por 3 a 2 na Arena, Pedrinho foi um dos principais destaques do Corinthians. Ele participou da jogada do primeiro gol e foi o principal armador de jogadas, especialmente no primeiro tempo - no segundo, caiu mais pelo lado direito.
Já contra o Palmeiras, no sábado (9), escalado novamente com liberdade de criação, o meia errou mais e foi presa fácil para a marcação, tanto é que saiu logo no começo do segundo tempo sem chamar atenção. O jogo terminou empatado em 1 a 1. Coelho defendeu o meia.
Não é porque jogou mal um jogo que vamos tirar ele. É um talento que temos e a gente precisa cuidar. Ele vai continuar jogando pelo meio.
O desempenho abaixo do esperado contra o Palmeiras dá força aos argumentos que Carille usava para não escalar Pedrinho como meia centralizado: ele considerava que o meia sofria mais atuando por dentro porque não tinha força física o suficiente para proteger a bola de marcadores corpulentos e daí ditar o ritmo do time. O ex-técnico não queria mudanças radicais e contava com a pré-temporada de 2020 para adaptar Pedrinho a uma posição central, mas os processos foram encurtados com sua demissão.
Coelho acha que a inteligência e qualidade técnica de Pedrinho diminuem a importância de sua capacidade física em campo. Ele considera limitador ver Pedrinho obrigado a marcar os laterais adversários e recompor o tempo todo e argumenta que o Corinthians perde em movimentações por dentro, associações com Júnior Urso e Mateus Vital e tabelas rápidas que criam chances de gol sem que a revelação tenha liberdade criativa. Além disso, o corte da direita para o meio para finalização de média distância é uma arma já conhecida e bem marcada, que dificulta o desenvolvimento de seu jogo.
Pedrinho, na visão da comissão técnica interina, é o "camisa 10 próximo do gol que falta no futebol brasileiro". A observação é que ele é um jogador que antevê jogadas, tem raciocínio rápido e, além de encontrar bons passes, tem boa finalização. Por isso, terá sequência como meia centralizado, mas depois de uma rodada fora: ele será desfalque contra o Internacional, domingo, por estar a serviço justamente da seleção sub-23.
O camisa 38 tem sete gols e sete assistências na temporada. Já soma 134 partidas pelo Corinthians.
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