Sem decidir, medalhões puxam fila da falta de produtividade no Cruzeiro
Resumo da notícia
- Ataque do Cruzeiro anda mal em 2019 e é o quarto pior do Brasileirão
- Fred está há mais de dois meses sem marcar um gol com a bola rolando
- Garotos decidem em outros setores, mas Thiago Neves, Robinho e M. Gabriel não rendem no meio
- Alta idade dos veteranos contribui para falta de intensidade principalmente no segundo tempo
Acostumados com a pressão por bons resultados e jogos, os medalhões do Cruzeiro não estão conseguindo render o esperado dentro de campo. E isso tem afetado bastante o time no Brasileirão. Com o quarto pior ataque, o setor ofensivo anda colecionando partidas inoperantes e sem intensidade. Enquanto os garotos chamam a responsabilidade em outros setores, os atletas mais tarimbados deixaram de ser decisivos e passaram a ter responsabilidade direta na baixa produção de frente para o gol.
Sem marcar nos últimos dois jogos, o Cruzeiro pode até sofrer uma primeira alteração na tentativa de ganhar um gás no ataque. Fred, seu homem gol, não marca com a bola rolando há mais de dois meses. Sumido, o camisa 9 anda perdendo as poucas e boas oportunidades que tem e já tem Sassá como principal ameaça para roubar sua vaga no time. Saindo da reserva, o companheiro tem chamado atenção por deixar o ataque mais ativo. Além disso, Sassá tem sido mais feliz nas finalizações e conta com o apoio do torcedor, algo que Fred já começou a perder.
Nos últimos anos, ainda com Mano Menezes, o Cruzeiro se acostumou a marcar poucos gols, mas tinha como uma das principais características o fato de ser cirúrgico em campo. Mesmo com uma postura que priorizava a defesa e gerava poucas oportunidades no ataque, o time transformava suas ações em gols com mais facilidade e frequência. Foi assim que a equipe ganhou várias decisões nas campanhas vitoriosas da Copa do Brasil de 2017 e 2018.
Desde a saída de Mano, o time está mais ofensivo, mas precisa de muito esforço para marcar um gol. Responsáveis por abastecer o ataque, os veteranos têm parcela de culpa nessa falta de precisão.
No meio-campo, Thiago Neves e Robinho também estão em baixa. O primeiro sempre costuma responder com gols e assistências nos momentos de pressão. Mas isso não anda acontecendo. Mesmo com a confiança em alta e o apoio de Abel Braga, Thiago não tem conseguido abastecer seus companheiros com a qualidade que pode oferecer.
Robinho também já revelou que anda perdendo o sono por causa das atuações ruins. O passe, que é um dos seus fundamentos mais positivos, não é o mesmo de antes, e os vários erros já lhe custaram a titularidade. No último domingo, no clássico com o Atlético-MG, a dupla foi testada ao lado de Marquinhos Gabriel, que também não conseguiu render. Sem David, o Cruzeiro perdeu sua única opção de velocidade e foi muito burocrático. Junto com Fred, o trio de veteranos fez um dos piores jogos sob o comando de Abelão.
Por fim, a alta idade dos jogadores (Fred tem 36 anos, Thiago Neves, 34 e Robinho, 32) também contribui para um velho problema do Cruzeiro. A situação dramática do time exige vitórias a todo custo. Mas por tentar impor essa intensidade, é inevitável que o ritmo caia no segundo tempo, algo que já se tornou muito comum. Com dificuldades de marcar gols ainda descansados, a segunda metade das partidas acaba virando um pesadelo para esses atletas mais velhos.
"Eu estou preocupado, não gosto de ficar dois ou três jogos sem marcar, levo isso muito a sério para o treinamento. Mas há muito nervosismo quando a gente chega à área. Eu conversei com o Robinho, temos que estar de cabeça fria, tocar a bola sem desespero. A gente precisa ganhar, mas o momento é de ter tranquilidade no ataque, estamos querendo inventar alguma coisa, chutar de qualquer jeito, e os mais velhos estão sentindo isso", comentou Thiago Neves.
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