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Sampaoli defende democracia e diz não poder proibir presença de Bolsonaro

Jair Bolsonaro no estádio Vila Belmiro para acompanhar a partida entre Santos e São Paulo - 16.nov.2019 - Maurício de Souza/Diário do Litoral/Estadão Conteúdo
Jair Bolsonaro no estádio Vila Belmiro para acompanhar a partida entre Santos e São Paulo Imagem: 16.nov.2019 - Maurício de Souza/Diário do Litoral/Estadão Conteúdo

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

16/11/2019 20h21

Resumo da notícia

  • Sampaoli afirmou que defende a democracia e, por isso, não pode proibir a presença de alguém em um estádio
  • O argentino ficou incomodado com a presença de Bolsonaro, mas jamais se manifestou junto ao clube contra o presidente
  • Bolsonaro assistiu ao clássico da camarote da presidência, ganhou camisa personalizada e tirou fotos com os torcedores

O técnico Jorge Sampaoli comentou sobre a presença de Bolsonaro na Vila Belmiro durante o empate de 1 a 1 entre Santos e São Paulo, na tarde de hoje (16), pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro. O argentino defendeu a democracia e afirmou que não pode proibir a presença de alguém no estádio.

Conforme o UOL Esporte apurou, Sampaoli ficou incomodado com a presença do presidente no clássico por defender ideologias diferentes de Bolsonaro. No entanto, o argentino nunca pediu para que a visita não acontecesse, muito menos entrou em rota de colisão com o clube por causa do assunto ou ameaçou deixar o cargo.

"Isso é democracia, o presidente tem direito de ir a onde quiser. Sou treinador. Não sei porque alguém acha que posso impedir a presença de alguém, seria uma falta de respeito. Sobre pensamentos políticos, eu prezo por defender a democracia. Eu vivi a ditadura no meu pais, nunca seria alguém que não defende isso, e isso é defender que qualquer um pode ir onde quiser. Veja o que acontece na Bolívia, que a democracia está debilitada. O que eu mais desejo é não voltar a um lugar de execução como vivi na minha infância", disse Sampaoli.

O presidente da república chegou ao estádio sob gritos de "mito" e algumas vaias. Já no camarote da presidência, de onde viu o jogo, ele recebeu uma camisa do Santos com o número 10 e personalizada com seu nome. Antes da bola rolar, Bolsonaro desceu até o setor das cadeiras, logo abaixo do camarote, para tirar fotos com os torcedores.

Bolsonaro assistiu o primeiro tempo com bastante atenção e comemorou o gol de Sánchez que abriu o placar para o Peixe. Na segunda etapa já não foi mais tão visto próximo ao vidro do camarote e deixou o estádio pouco depois dos 30 minutos, quando Daniel Alves já havia empatado o duelo.

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