Santos faz campanha contra racismo em dia de Bolsonaro na Vila Belmiro
O Santos fará hoje uma ação contra o racismo no jogo contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro, que terá a presença do presidente Jair Bolsonaro. Em parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, o time do litoral paulista entrará em campo estampando na numeração dos jogadores dados sobre o preconceito no mês da Consciência Negra.
"O Peixe e o Observatório da Discriminação Racial no Futebol estão juntos para uma nova ação de conscientização. Os jogadores do Santos trarão números que comprovam que, no Brasil, a desigualdade racial ainda é muito presente no dia a dia das pessoas. Os números dos jogadores no clássico mostrarão como a população negra ainda sofre no Brasil, seja de forma velada ou explícita", escreveu o clube em seu Twitter.
Alguns dados, inclusive, confrontam políticas do governo Bolsonaro. O zagueiro Gustavo Henrique estampará na camisa que 86% dos trabalhadores análogos à escravidão são negros. O uniforme do volante Alison informará que 60% dos negros sofrem intolerância religiosa.
Bolsonaro já manifestou o interesse de flexibilizar as punições por trabalho escravo e se inclina aos evangélicos em detrimento das religiões de matriz africana.
A Torcida Jovem, principal organizada do Santos, se manifestou contra a visita de Bolsonaro à Vila Belmiro. Em carta, expressou seu "total descontentamento" com a presença do presidente, lembrou que o chefe do Executivo apoia a ditadura militar e ressaltou que ele torce pelo "rival da capital" Palmeiras.
"Repudiamos o palanque político que essa visita significa e reforçamos que os posicionamentos ideológicos de Bolsonaro são incompatíveis com a pluralidade social, racial, étnica e cultural da torcida santista e de toda a história de luta da Torcida Jovem contra a ditadura militar, enaltecida por esse político", protestou a organizada.
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