Ônibus Rio-Lima com flamenguistas não aguenta e será trocado em Rondônia
O peruano Pedro Zamora, 56, desce apressado do ônibus. São 13h e o sol arde no cerrado brasileiro. Pela segunda vez no tórrido domingo, o funcionário da empresa Ormeño precisa ajeitar o ar-condicionado. Sob olhares dos torcedores do Flamengo que vão a Lima em caravana, o faz-tudo do veículo dá um jeito no problema e, lépido, volta à cabine.
A cena é a síntese do segundo dia do trajeto Rio de Janeiro-Lima, feito por flamenguistas que irão assistir à final da Libertadores entre Flamengo e River Plate. O UOL Esporte acompanha a saga do grupo até a próxima quinta-feira, em um total de 120 horas na estrada.
Os problemas apresentados nos dois primeiros dias, apesar de não impedirem a sequência da viagem, farão a Ormeño trocar o ônibus em Porto Velho, capital de Rondônia, segundo funcionários da empresa.
A empresa se mostra preocupada em dar conforto aos passageiros durante a longa viagem — Pedro e os dois motoristas, William e Victor, também peruanos e sempre prestativos, são exemplos disso.
Além do problema do ar-condicionado, que para de gelar nos momentos de temperatura elevada, existe a preocupação com as chuvas previstas para a região do Acre. O para-brisa tem pequenas aberturas que podem resultar em infiltrações. Água no interior do ônibus, entretanto, já é uma realidade. O ar-condicionado do andar superior tinha goteiras que caíam direto em uma das poltronas.
Na parada para o almoço, perto das 15h, o trio peruano reservou parte do período de descanso para tentar resolver o problema do ar-condicionado. Ao que parece, deu certo. À noite, o ônibus foi limpo para o trajeto até Porto Velho.
Um ponto forte do veículo da Mercedes-Benz produzido no Brasil em 2012 é o motor, que, segundo um dos passageiros especialista no assunto, "não bate e parece novo" — embora o ônibus já tenha percorrido quase 330 mil km em sete anos.
Até o fim da noite do segundo dia, 14 flamenguistas faziam parte da viagem, além de 21 viajantes peruanos, cinco jornalistas e os três funcionários. Mais oito pessoas subiram no ônibus em Cuiabá (três torcedores).
Nos próximos dias, o veículo passará por Porto Velho (Rondônia), Rio Branco (Acre), além das cidades peruanas de Porto Maldonado, Cusco e, enfim, Lima.
#UOLrumoaLima
A final da Libertadores entre Flamengo e River Plate está marcada para o próximo dia 23. Uma semana antes de a bola rolar no Estádio Monumental de Lima, no Peru, o UOL Esporte partiu rumo à capital peruana ao lado de torcedores rubro-negros. A viagem, entretanto, não será comum. O trajeto de pouco mais de seis mil quilômetros será feito de ônibus.
Durante 116 horas, o ônibus passará por seis estados brasileiros (Rio, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre), incluindo parte do Pantanal e da Amazônia, além das capitais Cuiabá, Porto Velho e Rio Branco.
Já em território peruano, a caravana vai passar por Puerto Maldonado, Cusco e, enfim, Lima. No total, serão quase cinco dias de viagem, do Atlântico ao Pacífico, com dez paradas previstas. A chegada, portanto, deve acontecer na madrugada de quarta para quinta-feira, dois dias antes da decisão entre Flamengo e River.
A empresa responsável pelo deslocamento é a peruana Ormeño, que realiza o trajeto uma vez por semana, mas, por causa da mudança de sede da final de Santiago para Lima, decidiu colocar um ônibus extra destinado aos torcedores.
A viagem pode ser acompanhada pelas redes sociais do UOL Esporte, com #UOLrumoaLima. O repórter Diego Salgado foi o escolhido para a missão. Nos últimos dois anos, ele se especializou em viagens longas de bicicleta. Em 2018, atravessou a América do Sul, de Porto Alegre a Santiago, no Chile (1.939 km em 27 dias). Há três meses, o trajeto escolhido foi na Europa, de Barcelona, na Espanha, a Amsterdã, na Holanda. Na ocasião, ele pedalou por 2.028 km em 29 dias e passou por seis países.
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