Fla testa popularidade no Peru após 'boom' e ruptura com Guerrero
Palco da decisão da Libertadores de 2019, o Peru viveu uma verdadeira febre rubro-negra quando Guerrero foi contratado pelo Flamengo em maio de 2015. Resta saber agora como os fãs locais receberão o time rubro-negro; se terão o mesmo carinho de antes, ou se sabem que hoje a relação com o ídolo local é ruim e isso pode gerar um tratamento mais frio.
Com saída do maior ídolo local para o Internacional, o Fla testa em Lima o seu prestígio por já ter abrigado o atacante, que optou por não renovar seu contrato e deixou a Gávea em litígio. Nos últimos reencontros, foi implacavelmente vaiado no Maracanã, quando os cariocas receberam o Inter, em jogo válido pelas quartas da competição continental. Na final da Copa América, o camisa 9 também foi perseguido no estádio.
Depois disso, ainda foi ao Maracanã para o jogo de ida das quartas da Libertadores, e novamente foi xingado. Ao sair de campo, chegou a direcionar gestos pros flamenguistas e dizer "lá, lá", em referência ao jogo de volta, em Porto Alegre. "Não escuto o que os torcedores dizem; só faço meu trabalho em campo", falou depois do jogo.
Quando o camisa 9 vestiu rubro-negro, o Flamengo era manchete quase que diariamente nos principais jornais esportivos peruanos, que davam extensa cobertura ao jogador em seus tempos de Rio de Janeiro. Atualmente, o artilheiro é réu em uma ação movida para o ex-clube, que aponta negligência do jogador no caso que resultou em uma suspensão por doping.
A chegada de Trauco acentuou ainda mais o relacionamento dos peruanos com o clube carioca, e isso se verifica até hoje nos números de adesões às redes sociais do Flamengo. Até hoje, os compatriotas dos jogadores têm o 2º posto de inscritos no Facebook do Fla.
"A torcida peruana abraça o Flamengo porque tem toda aquela mística do Rio, Maracanã lotado, imagens de 100 tantas mil pessoas com as bandeiras preta e vermelha. Com o Guerrero no Flamengo, era normal ver camisa do clube na rua e o Guerrero nas capas dos jornais. Ter ambos ajudou a popularizar o Fla no Peru", opinou Jayme da Cunha, fundador do consulado Fla-Peru.
Sem um representante local no atual elenco, o Rubro-negro terá de usar outras armas para cativar os donos da casa. A favor do River, por exemplo, há a semelhança da camisa do clube com a da seleção peruana. Se Guerrero ainda jogasse a favor, não haveria dúvidas sobre para quem iria todo o apoio dos anfitriões.
A mudança de sede de Santiago para Lima dificultou ações rubro-negras junto aos torcedores locais, já que não houve tempo hábil para o desenvolvimento de eventos e outras ativações.
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