Topo

Fundação de Messi usa fundos sociais para negócios particulares, diz jornal

Jorge Messi é o pai de Lionel Messi e um dos investigados pela Justiça argentina - Josep Lago/AFP
Jorge Messi é o pai de Lionel Messi e um dos investigados pela Justiça argentina Imagem: Josep Lago/AFP

Do UOL, em São Paulo

21/11/2019 15h37

Resumo da notícia

  • Fundação Léo Messi é acusada de lavagem de dinheiro
  • Segundo o La Nación, a construção de um ginásio em Rosário, a pedido do pai do craque, foi superfaturada
  • O endereço da empreiteira escolhida para a obra fica no mesmo local onde vive um diretor da fundação de Messi
  • O clube que seria beneficiado pelo ginásio tem por vice-presidente um amigo do irmão de Messi

As investigações a respeito da Fundação de Lionel Messi, acusada de lavagem de dinheiro, ganharam novos contornos na Justiça argentina essa semana, conforme revelado pelo jornal La Nación.

As autoridades acreditam que a fundação ligada ao craque do Barcelona utilizou fundos destinados a iniciativas sociais — ou seja, livres de impostos — para financiar projetos pessoais da família do jogador.

A compra de um terreno de 600 mil dólares (cerca de R$ 2,5 milhões) pelo pai do atleta, Jorge Messi, entrou na mira da Justiça. A justificativa é que o local seria utilizado para a construção de um ginásio, em convênio com o Barcelona, que ficaria com o clube Leones Rosario.

Em email enviado ao Banco Nación, conforme apontado pelas autoridades, o Jorge afirmou que a obra visava favorecer "o uso e funcionamento por escolas da periferia como forma de recreação e realização de atividades esportivas". O projeto, no entanto, nunca foi citado no site da fundação.

O endereço de registro da empreiteira é o mesmo onde vive Ricardo Giusepponi, um dos diretores da Fundação Leo Messi.

Outra ligação pessoal entre a família do craque e as obras diz respeito ao clube beneficiado pela construção do estádio. O Leones Rosario tem como vice-presidente um amigo de Matías Messi, irmão do jogador do Barcelona.

No mesmo email enviado ao Banco Nación, Jorge Messi afirma que o custo da construção era de 16 milhões de pesos (cerca de R$ 1,1 milhão) e que a empresa selecionada para a obra era a Construtora I SRL. As transferências, no entanto, superaram os 50 milhões de pesos (R$ 3,5 milhões) entre janeiro e novembro de 2018.

Os cálculos feitos pelo jornal apontam que o custo real da obra seria de 8,9 milhões de pesos (R$ 625 mil), quase a metade do pedido pelo pai de Messi.

Os dados foram coletados a pedido do procurador Ramiro González, que demandou, mês passado, que fosse levantado o sigilo bancário da construtora.

Ouça o podcast Posse de Bola, a mesa redonda do UOL sobre futebol, com Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira.

Mais podcasts do UOL no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas