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Francês - 2019/2020

Neymar volta sob vaias, é substituído e vê PSG se livrar de dependência

Neymar é substituído em partida do PSG contra o Lille e sai de campo direto para o vestiário - FRANCK FIFE / AFP
Neymar é substituído em partida do PSG contra o Lille e sai de campo direto para o vestiário Imagem: FRANCK FIFE / AFP

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris (França)

22/11/2019 19h23

Não há paz para Neymar no Parque dos Príncipes. Afastado do time por 40 dias em tratamento de lesão na coxa esquerda, o retorno aconteceu sob vaias da torcida organizada do PSG na vitória por 2 a 0 contra o Lille, na noite desta sexta-feira, pelo Campeonato Francês. O cenário de perseguição vivido ainda é o mesmo do início da temporada, desde que expôs o desejo de transferir-se para o Barcelona. No triunfo, Icardi e Di Maria fizeram os gols, sem a participação do camisa 10 em assistências.

A vaia foi discreta quando Neymar teve o nome anunciado no time titular minutos antes do jogo. Só que ela ecoou como um coro por boa parte do público presente no estádio quando o brasileiro foi substituído por Mbappé aos 20 minutos do segundo tempo. De cabeça baixa, o camisa 10 optou por seguir diretamente ao vestiário.

O retorno de Neymar foi discreto no que diz respeito ao futebol apresentado. Foi a primeira vez na temporada em que o brasileiro atuou e não teve registro de gol em uma vitória do PSG. Nas outras quatro vezes, ele fez os gols da vitória por 1 a 0 contra Lyon, Strasbourg e Bordeaux e também contribuiu com gol e assistência no triunfo por 4 a 0 diante do Angers.

A impressão deixada pelo PSG é de um time que aprendeu a jogar sem Neymar. Por exemplo, ele ainda não atuou na Liga dos Campeões, mas a equipe venceu suas quatro partidas (3 a 0 diante do Real Madrid, 1 a 0 contra o Galatasaray e 1 a 0 e 5 a 0 contra o Brugge). No Campeonato Francês, o retrospecto é de quatro vitórias e uma derrota, nos cinco jogos com Neymar em campo, e sete vitórias e duas derrotas, nas nove partidas disputadas sem o brasileiro.

"A gente tem uma forma e maneira de jogar que dificilmente a gente muda. Claro que em determinados momentos do jogo, em função da qualidade de alguns, a gente consegue variar. Com ou sem Neymar, a gente encontrou um equilíbrio. Mas, claro, que com ele ficamos mais fortes no aspecto ofensiva por conta de sua qualidade", destacou Thiago Silva após o jogo.

Na vitória contra o Lille, Neymar atuou pelo lado esquerdo do ataque na vaga de Mbappé - o jovem craque francês teve febre na semana e perdeu o treino de antevéspera da partida. O posicionamento aberto em boa parte da partida o deixou em diversas ações de mano a mano.

Nos 65 minutos que esteve em campo, recebeu 50 passes e desperdiçou 17 vezes a bola, o maior número da partida. Outro aspecto negativo demonstrado foi o comportamento irritadiço, com muita reclamação com a arbitragem por faltas não marcadas.

No quesito técnico cabe a ressalva de que Neymar passou sem assistência no jogo por conta de uma incrível chance desperdiçada por Draxller na frente do goleiro Maignan. O passe do brasileiro foi sua principal ação ofensiva na partida.

"Neymar não é um super-herói. Ele mostrou uma clara falta de ritmo pelos mais de 40 dias que ficou sem jogar. Só que um grande Neymar contra o Real Madrid pode ser o início de um processo de paz com a torcida. A tendência é de que essas vaias acabem com o tempo", citou o artigo do jornal francês Le Parisien sobre o retorno de Neymar. A atuação do camisa 10 foi definida como "discreta".

"Neymar sentiu uma falta de ritmo de jogo. Ele perdeu muitas bolas, pois optou por muitas jogadas de risco. Isso é normal. Ele vai evoluir", avaliou o treinador Thomas Tuchel.

A estreia de Neymar na Liga dos Campeões pelo PSG acontece na terça-feira, contra o Real Madrid, no Santiago Bernabéu. O time francês já está classificado para as oitavas de final e garante a primeira colocação do grupo caso não perca.

Neymar volta ao PSG - Christian Hartmann/Reuters - Christian Hartmann/Reuters
Neymar voltou ao PSG com novo visual
Imagem: Christian Hartmann/Reuters