Gugu invadiu futebol com pagode gospel, Vampeta na banheira e brinquedos
Resumo da notícia
- Gugu Liberato sempre esteve cercado por futebol desde os anos 1990
- O sucesso do Domingo Legal afetou até a transmissão de jogos na Globo
- Marcelinho Carioca brigou com Luxemburgo e lançou grupo de pagode no SBT
- Vampeta, Dinei e Roger participaram da famosa "Banheira do Gugu"
- Apresentador se declarou são-paulino e fez brinquedos de futebol
A morte de Gugu Liberato, confirmada ontem (22) nos Estados Unidos, mexe também com o mundo do futebol. O apresentador, que admitiu ser são-paulino no começo da carreira na televisão, fez até com que a Rede Globo passasse a transmitir jogos aos domingos para tentar recuperar a liderança no Ibope.
Os clubes apoiavam e as partidas transmitidas em TV aberta aos fins de semana eram reservadas para os sábados. O problema é que o Domingo Legal, no SBT, passou a dominar a audiência em todo país e a Globo precisava de saída de mestre para se recuperar. A solução foi contrariar as principais equipes brasileiras e juntar os jogos com os programas dominicais de Xuxa e Faustão.
A Globo custou a conseguir se estabelecer no topo. Gugu sobrava em popularidade e o futebol fazia parte desse contato mais caloroso com o público. Não era raro se deparar com jogadores em quadros como a "Banheira do Gugu" ou cantando sucessos de grupos como o Raça Negra. E até a infinita linha de brinquedos de Gugu invadiu o esporte para divertir as crianças noventistas.
Marcelinho Carioca: Padre Marcelo, pagode gospel e briga com Luxa
Essa disputa por audiência entre SBT e Globo foi estendida até à briga entre Marcelinho Carioca e Vanderlei Luxemburgo no Corinthians. O meia foi ao Domingo Legal para desabafar contra o técnico: "Essa pessoa quer ficar com o caminho livre, então eu saio". O ídolo alvinegro ainda revelou que seria emprestado ao Santos.
No mesmo dia, o Domingão do Faustão mostrou Marcelinho assistindo a um culto evangélico em que o pastor fazia críticas a Luxemburgo. Mais tarde, o programa da Globo tentou entrar ao vivo com o técnico após o Corinthians perder para o Coritiba no Couto Pereira, mas teve o pedido de entrevista recusado.
Essa foi só uma das vezes em que Marcelinho buscou refúgio com Gugu. Em 1998, acompanhado do lateral-esquerdo Sylvinho, que hoje é técnico, participou de uma edição religiosa do Domingo Legal. Ao lado de Mara Maravilha, Marcelinho chorou durante música interpretada pelo Padre Marcelo Rossi e se emocionou novamente quando um louvor foi cantado por um grupo gospel.
Também no fim da década de 1990, Gugu abriu as portas para Marcelinho lançar a própria carreira musical. O programa "Sabadão" foi o primeiro a receber o grupo "Divina Inspiração", que tinha o meia e o ex-volante Amaral como líderes. Eles tocavam uma espécie de pagode gospel e agradeceram o apresentador pela oportunidade. Marcelinho ainda aproveitou para protestar contra os políticos do país.
Banheira do Gugu reuniu três boleiros peladões
Um dos quadros de maior sucesso no programa Domingo Legal, a "Banheira do Gugu" também contou com atrações ligadas ao futebol. Em 1999, Gugu conseguiu reunir três atletas que haviam chocado o esporte ao posarem nus para a revista "G Magazine": o goleiro Roger, que defendia o São Paulo, e os corintianos Vampeta e Dinei.
O trio participou das provas na banheira contra a cantora Lady Lu e as modelos Kelly Cristina e Nana Gouveia. O primeiro a entrar foi Dinei, que enfrentou Nana. Depois, a mesma Nana ajudou o assistente de palco Liminha a jogar Roger na banheira, ainda de calça e sapatos. Roger disputou com Kelly, mas Gugu liberou a ajuda das outras duas mulheres, por considerar o goleiro forte demais.
A esposa de Roger estava no auditório conferindo a atração e comentando o ensaio do marido na "G Magazine" quando também foi jogada na banheira por Liminha. Ela e Roger trocaram beijos durante a busca pelos sabonetes e Gugu brincou com a intimidade do casal. Por fim, ao mesmo tempo em que o Raça Negra se apresentava, Vampetea precisou enfrentar Lady Lu, que havia feito uma apresentação musical ousada na abertura do quadro.
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Coleção de brinquedos de Gugu foi reforçada pelo futebol
O sucesso na televisão fez com que Gugu explorasse outros mercados nos anos 1990. Seus brinquedos se tornaram queridinhos das crianças por todo o Brasil, como o cavalinho "Upa Upa" e a espada "Saca-Bolha" ou os jogos de tabuleiro do "Domingo Legal" e do "Passa ou Repassa". E essa aventura infanto-juvenil chegou ao futebol.
Foram dois brinquedos relacionados ao esporte lançados com a cara do apresentador: o "Chutebol do Gugu" e o "Pênalti do Gugu". O primeiro era uma bola inflável presa por uma corda elástica, que podia ser amarrada no pulso ou na cintura e servia para brincar de embaixadinhas, sem o risco de mandar a bola para longe ou quebrar objetos dos pais dentro de casa.
Na caixa, chamava a atenção a frase "a sua escolinha de futebol". Ainda é possível encontrar o "Chutebol" à venda em sites como o Mercado Livre por R$ 100.
Já o "Pênalti do Gugu" possuía dois bonecos e uma trave presos a uma base que representava metade de um campo de futebol. O atacante girava em um eixo para escolher a direção do chute, enquanto uma trava era puxada para definir a potência da finalização. Atrás do gol, duas alavancas serviam para praticar as defesas do goleiro. Havia até um placar na lateral do campo.
Gugu se declarou são-paulino em outro clássico da TV
Quando despontava na televisão brasileira, Gugu Liberato participou de um programa comandado por Raul Gil e decidiu revelar para qual time torcia. A novidade foi divulgada assim pelo apresentador, sob gritos de "lindo" vindos de um auditório histérico: "Raul, eu me comprometo. Na semana que vem trago a camisa do verdadeiro time. Fora esse não tem outro. O São Paulo". A paixão pelo Tricolor foi passada ao filho João.
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