Jorge Jesus tem semelhanças com único técnico europeu a vencer Libertadores
Resumo da notícia
- Jorge Jesus é apenas o terceiro técnico europeu em uma final de Libertadores
- Mirko Jozic foi o único europeu a vencer a Libertadores com o Colo Colo em 1991
- Técnico croata revolucionou o esquema de jogo do Colo Colo em 1991
- Jorge Jesus e Mirko Jozic se enfrentaram em Portugal e o croata venceu
Jorge Jesus é apenas o terceiro técnico europeu a levar seu time a uma final de Copa Libertadores e, caso consiga o título com o Flamengo, neste sábado, às 17h (de Brasília), contra o River Plate, em Lima, o português vai igualar o feito alcançado pelo croata Mirko Jozic, em 1991, que foi campeão com o Colo Colo e deixou marcas semelhantes às que o clube rubro-negro tem deixado.
Quando levou o Colo Colo ao título sul-americano, Jozic fez uma campanha improvável e derrubou dois gigantes continentais até chegar à decisão, passando pelo Nacional, goleando por 4 a 0 no primeiro jogo, e pelo Boca Juniors que tinha Gabriel Batistuta no ataque e era comandado pelo uruguaio Oscar Tabarez.
Se Jesus enfrenta na final o River Plate de Marcelo Gallardo, técnico que é ídolo do clube argentino tendo vencido a Libertadores em campo, em 1996, e duas vezes como técnico, incluindo a de 2018, Jozic encontrou situação semelhante em 1991 contra o Olimpia comandado pelo uruguaio Luis Cubilla, campeão da Libertadores como jogador por Peñarol e Nacional, além de duas vezes como técnico com o clube paraguaio, incluindo 1990. E o Colo Colo do croata venceu por 3 a 0 em um jogo no qual foi dominante.
Revolução tática
Se o Flamengo mudou a forma de jogar entre o time que era comandado por Abel Braga e o assumido por Jorge Jesus, o Colo Colo viveu situação parecida com Mirko Jozic, que pegou um time com jogadores mais velhos e conseguiu modificar o esquema de jogo, armando um 3-3-1-3 que envolvia os adversários com trocas rápidas de passes e inversões em progressão.
Fora de campo, o croata aprimorou os treinamentos físicos do time e impôs regras para evitar atrasos e impor disciplina ao elenco de jogadores, acostumados com o estilo sul-americano de trabalhar que tinham com o antecessor Arturo Salah.
A carreira do croata antes do Colo Colo é que tinha diferenças com a de Jorge Jesus. Se o português chegou ao Flamengo depois de trabalhos vencedores no Benfica e no Sporting, em Portugal, Jozic chegou ao Chile sem uma carreira de destaque no futebol profissional. Porém, ele chamou a atenção da equipe de Santiago ao vencer o Mundial sub-20 de 1987 com a Iugoslávia, que tinha jogadores como Davor Suker, Robert Prosinecki e Zvonimir Boban, que anos depois levaram a Croácia ao terceiro lugar na Copa do Mundo.
A primeira função de Jozic no Colo Colo foi na base do clube chileno com o projeto "Juventud 2000", ainda em 1987. O treinador retornou ao seu país e foi chamado novamente ao Chile em 1990.
"Meus objetivos são muito simples: conseguir ser campeão e levar o título da Copa Libertadores", disse em sua chegada, antes de vencer o Campeonato Chileno de 1990 e a Libertadores de 1991.
Assim como Jesus impressionou o futebol brasileiro pelo futebol ofensivo e a cobrança para extrair o máximo do potencial de cada jogador, o croata virou ídolo no Chile por fazer seu time vencer jogando bem. Impressionou tanto que chegou a assumir o comando da seleção chilena, em 1994, ficando por apenas um ano.
Os chilenos até hoje reconhecem Mirko Jozic como o treinador mais vencedor do Colo Colo devido à conquista da Libertadores, mesmo com a derrota na disputa do título mundial por 3 a 0 para o Estrela Vermelha.
Jesus superado em Portugal
O penúltimo clube da carreira de Jozic foi o Sporting, em Portugal, durante a temporada 1998/1999, período em que Jorge Jesus ainda dirigia o modesto Estrela da Amadora. Foram dois duelos entre os técnicos, com ambos vencidos pelo croata, com 3 a 0 jogando em Lisboa e 1 a 0 no estádio do clube então dirigido por Jesus.
Além do croata Mirko Jozic e agora de Jorge Jesus, o outro treinador europeu a comandar um time numa final de Copa Libertadores foi o húngaro Bela Guttman, vice-campeão com o Peñarol em 1962, quando o clube uruguaio perdeu a decisão para o Santos de Pelé. Guttman também havia trabalhado no futebol brasileiro, quando comandou o São Paulo entre 1957 e 1958.
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