Como um livro moldou Fla para conquistar América e sonhar com soberania
"A bola não entra por um acaso". A frase, por si só, já é sugestiva para exemplificar o trabalho de reestruturação feito pela diretoria do Flamengo que culminou na conquista da Copa Libertadores ontem (23). Ela, porém, significa mais do que isso, já que é o título de um livro que simplesmente moldou todo o modelo da gestão rubro-negra.
Escrita por Ferran Soriano, ex-vice-presidente do Barcelona (ESP) e atualmente CEO do Manchester City (ING), a obra explica todo o processo revolucionário que transformou o clube espanhol em uma potência na década de 2000.
Foi com este livro de cabeceira que o ex-presidente rubro-negro Eduardo Bandeira de Mello e seus pares se nortearam para tirar o Flamengo, literalmente, do fundo do poço em termos financeiros.
Mais do que isso, Bandeira fez questão de realizar consultorias pessoalmente com Ferran Soriano em meados de 2012, antes de assumir a presidência do Flamengo, quando o dirigente esteve no Brasil.
Já nos dois primeiros anos, o clube conseguiu diminuir o número de ações trabalhistas de 500 para 60. Em números totais, Bandeira pegou o Rubro-Negro em 2012 perdendo R$ 55 milhões em dívidas trabalhistas e deixou a gestão com apenas R$ 2,7 milhões subtraídos, em 2018.
Em 2019, já sob o comando do presidente Rodolfo Landim, o Flamengo gastou cerca de R$ 240 milhões em jogadores, uma quantia bem acima dos padrões brasileiros. Foi possível executar esse movimento de forma equilibrada porque o clube também teve significativa venda de atletas (quase R$ 300 milhões) e receitas crescentes. A expectativa é de que Flamengo acabe o ano com uma renda total entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões, recorde no Brasil.
Os pilares do livro
O livro "A bola não entra por um acaso", de Ferran Soriano, explica como - através de ações de marketing, programas de resgaste do orgulho do torcedor e um "sócio-torcedor" eficiente - o Barcelona gerou receitas milionárias e se tornou líder dentro e fora de campo.
Além do Flamengo, o Corinthians o colocou como diretriz quando esteve na Série B e, em um período de cinco anos, foi campeão mundial.
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