Goleiro adventista virou escritor e passará 5 anos em missão no Líbano
Resumo da notícia
- Vitor deixou o Londrina em 2016 após se batizar na Igreja Adventista do Sétimo Dia
- Religião orienta praticantes a "guardarem" sábado, não exercer atividade remunerada
- Portas do futebol, então, se fecharam para o jogador que vivia o auge da carreira
- Ele lançou um livro em 2018, faz palestras e agora terá viagem missionária em 2020
- Vitor agora dará aulas de futebol para crianças refugiadas da guerra da Síria
Destaque do Londrina entre 2013 e 2015, o goleiro Vitor virou a vida do avesso no ano seguinte: além de ver a Chapecoense desistir de sua contratação poucos meses antes do trágico acidente aéreo que matou 71 pessoas na Colômbia, ele perdeu espaço no futebol profissional por causa da decisão de se batizar na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Um dos preceitos da religião é "guardar" os sábados, não exercer atividades profissionais, e isso dificultou a sequência de sua carreira nos gramados.
Quase três anos depois de tornar pública sua decisão, o jogador de 34 anos conta em longo depoimento publicado hoje (28) pelo UOL Esporte como tem sido sua vida desde então. Além das passagens curtas e recentes por Olímpia e Jacuipense na Bahia, Vitor tem outra novidade: será missionário adventista no Líbano a partir de 2020.
"Começa em abril de 2020, mas eu viajo em janeiro. É um projeto missionário que apareceu num momento em que eu já tinha praticamente descartado a volta ao futebol. Vou em janeiro para o Líbano integrar um projeto de ensinar futebol às crianças refugiadas da guerra da Síria. Legal, né? Quando me convidaram eu vi que era exatamente isso que eu queria fazer da vida. É um projeto desenvolvido por um pastor que me convidou para ser um dos caras que vai fazer o negócio acontecer no campo, na escolinha de futebol em Majdal Anjar. Também terá alguns serviços para as crianças, campo de futebol, salas de aula, refeitório, aula de inglês, atendimento médico, tudo de graça", conta o goleiro.
"O carro-chefe são as aulas de futebol para tirá-los do ambiente que eles vivem, que não têm expectativa e infraestrutura, em assentamentos na fronteira do Líbano. Esse projeto vai oferecer um pouco de qualidade de vida para eles. O prazo é de cinco anos e vamos morar em Zahlé. Pode ser renovado, mas deixamos na mão de Deus", segue Vitor, que irá se mudar para o Líbano com a esposa Gabriela e os filhos Vitor Gabriel e Ana Valentina.
A viagem para o Líbano adiará o lançamento do segundo livro de Vitor. Em 2018, ele escreveu "Verdade de Campeão", sobre sua história de vida até a decisão pelo batismo. Ele vende a obra durante suas palestras pelo Brasil - outro compromisso a que se dedica desde que o futebol fechou as portas. "Vida Que Segue", segunda parte da história, já está escrito, mas não será lançado antes da viagem ao Líbano.
Confira essa e outras histórias de Vitor no especial sobre o jogador publicado no UOL Esporte: "Eu só escolhi outro caminho: goleiro vivia o auge da carreira e tinha proposta da Série A. Até que a religião mudou toda a história".
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