Presidente do Cruzeiro fala sobre renúncia e questiona promessa de Perrella
O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, não descarta renunciar ao cargo no clube mineiro. Com a instituição rebaixada para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, o mandatário afirmou que pensa em permanecer, mas que conversará com os conselheiros para saber o que acham de uma possível mudança na cadeira principal. Além disso, ele também questionou a falta de recursos prometida por Zezé Perrella.
"Renúncia é um termo muito forte. Só se for de excelente qualidade para o Cruzeiro, ou seja, se houver alguma solução melhor para o Cruzeiro. Eu só penso no Cruzeiro, eu não ganho nada no Cruzeiro, não tenho necessidade, não tenho pretensão política, o Cruzeiro não beneficia minha empresa. Isso não passa pela minha cabeça. Agora, como eu tenho um diálogo muito bom com meus conselheiros, cerca de 300 que hoje me apoiam. 'Vocês acham que é conveniente? Existe uma solução?' Solução para o Cruzeiro hoje é dinheiro. Nós precisamos de dinheiro", comentou Wagner, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Desde o ano passado, a diretoria de Wagner Pires chamou atenção pelos altos gastos feitos no Cruzeiro. No primeiro ano, o clube levantou a Copa do Brasil, mas não conseguiu fechar o ano "no azul" mesmo com a premiação milionária. Nesta temporada, a situação piorou com a falta de títulos, eliminações nos torneios de mata-mata e principalmente as denúncias graves de corrupção que acabaram interferindo diretamente dentro de campo. Agora, Wagner tem como uma as primeiras e principais tarefas fazer um planejamento totalmente diferente daquilo no qual está acostumado, precisando lidar com a falta de dinheiro para enxugar os gastos e montar um time competitivo para voltar à elite do Brasileirão no ano do centenário. Isso será feito com o auxílio de Zezé Perrella, gestor de futebol que não tem conseguido cumprir sua palavra, segundo Wagner. Desde a saída de Itair Machado, Zezé tem cuidado do departamento de futebol e se comprometeu a arrumar recursos para pagar os salários atrasados, mas tem tido dificuldades para conseguir mais receitas, já que o clube tem suas cotas de TV antecipadas até 2021, além de outros recursos, como o dinheiro da Adidas, futura fornecedora.
"Quando eu fiz todas as reformas e mudei dirigentes, colocando o Zezé Perrella à frente do futebol como um colaborador, é porque ele (Zezé) nos disse que junto com ele viriam recursos capazes de tirar o Cruzeiro desta situação. Infelizmente, foi só uma contribuição, a dada pelo Pedro Lourenço, que mesmo antes da chegada do Zezé já havia nos alertado com a possibilidade de ser o patrocinador máster do Cruzeiro", encerrou o presidente.
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