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Dirigente do Sporting lembra J. Jesus ensanguentado após ataque de torcida

Protesto aconteceu em maio de 2018, já no fim da passagem do técnico pelo clube de Lisboa - AFP PHOTO / JOSE MANUEL RIBEIRO
Protesto aconteceu em maio de 2018, já no fim da passagem do técnico pelo clube de Lisboa Imagem: AFP PHOTO / JOSE MANUEL RIBEIRO

Do UOL, em São Paulo

11/12/2019 14h48

Vasco Fernandes, secretário técnico do Sporting, foi ouvido ontem por autoridades portuguesas como testemunha do julgamento à invasão do centro de treinamentos do clube de Lisboa, ocorrida em 15 de maio de 2018. E, entre outros detalhes, citou as agressões cometidas contra o então técnico da equipe, Jorge Jesus, hoje no Flamengo.

Na ocasião, um grupo com cerca de 30 torcedores foi ao local para protestar. No entanto, a manifestação logo se tornou mais acalorada, e o elenco passou a ser ameaçado. Recolhidos ao vestiário, os atletas encararam a fúria da torcida, que forçou a entrada. Jorge Jesus foi agredido, assim como parte do elenco, e deixou a equipe pouco tempo depois.

Diante da invasão dos torcedores, Vasco Fernandes contou ontem que correu na direção dos vestiários para verificar se as portas estavam fechadas. Mas elas estavam abertas.

No vestiário, Vasco Fernandes conversou com dois interlocutores. O primeiro foi o volante Radosav Petrovic, hoje no Almería, que pediu para que as portas fossem mantidas abertas para que os jogadores encarassem os manifestantes.

"O outro (pedido) foi do Raul José (auxiliar técnico), que me disse: 'não feche a porta, que o homem está lá fora e vão matá-lo'", relatou. O homem em questão era Jorge Jesus, que havia ficado de fora do vestiário. No fim, "25 ou 30 torcedores", segundo Vasco Fernandes, encontraram "cerca de 20 jogadores" no vestiário, partindo para as agressões.

Mesmo fora do espaço em questão, Jorge Jesus foi agredido. Em seu depoimento, o secretário afirmou que, após os ataques, os torcedores decidiram entre si que iriam embora.

"Ouvi um deles dizendo 'está na hora, vamos embora', e outros repetindo. Como se tivessem aquilo planeado ou algum timing a cumprir. E começaram a sair. Saio do edifício, vou em direção à estrada e deparo-me com o Jorge Jesus com a mão cheia de sangue e com o nariz ensanguentado", descreveu.

O técnico estava então conversando com dois dos torcedores. "Parecia que o Jorge Jesus estava pedindo satisfações, indignado", contou.

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