Não foi só no Santos: Sampaoli acumula saídas polêmicas na carreira
A passagem de Jorge Sampaoli pelo Santos foi marcante, mas nem a relação íntima com a torcida impediu o adeus oficializado pelo clube ontem. É mais um fim de trabalho polêmico na carreira do treinador, que acumulou atritos públicos e saídas controversas de praticamente todos os cargos que ocupou recentemente.
Na reta final no Santos, Sampaoli teria feito exigências tomadas como irreais pela diretoria: R$ 100 milhões de investimento em reforços; equiparação de outras propostas que viesse a receber; e até uma "comissão" na venda dos atletas que revelasse. O desentendimento com o presidente José Carlos Peres dificultou ainda mais a negociação, que terminou ontem à noite. Agora o Santos, nos bastidores, alega ter direito ao pagamento da multa rescisória de R$ 10 milhões.
Jorge Sampaoli encerra seu sexto trabalho na década sob mais uma rusga pública. Das passagens por Emelec (EQU), Universidad de Chile (CHI), seleção chilena, Sevilla (ESP), seleção argentina e Santos, quatro terminaram de forma conturbada.
Da Universidad de Chile para a seleção chilena
A carreira de Sampaoli alcançou o alto nível em 2011, em sua chegada à Universidad de Chile. Ele transformou a equipe em dominante e se valorizou muito ao faturar uma Copa Sul-Americana e três títulos nacionais. O técnico chegou a assinar uma renovação de contrato com o clube, mas pouco depois abriu mão da sequência para aceitar assumir a seleção chilena.
Saída da seleção foi parar na Justiça
No Chile Sampaoli mostrou seu trabalho ao mundo inteiro, principalmente por conquistar a Copa América de 2015 - o primeiro título relevante da história da seleção. Vivia o auge. Mas um escândalo de corrupção na Associação de Futebol Profissional chilena (ANFP) e a divulgação de seu salário, feita por um presidente interino, deu fim à boa relação do técnico com a instituição. Sampaoli chegou a se dizer "refém" da seleção e atualmente cobra 5 milhões de dólares da ANFP em processo que move na Justiça.
Saída abrupta do Sevilla
Ao sair da seleção chilena, Sampaoli passou o primeiro semestre de 2016 desempregado até acertar com o Sevilla na metade daquele ano. O acordo valia por duas temporadas, mas o treinador só ficaria metade deste tempo. Por um ano, ele comandou a sensação do futebol espanhol e encantou a torcida com seu estilo; aí recebeu proposta da Associação de Futebol Argentina (AFA) para realizar o sonho que sempre teve: comandar a seleção de seu país. O técnico saiu para disputar a Copa do Mundo, e o Sevilla classificou o trabalho como "incompleto".
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