Time da Nova Caledônia saiu de paraíso de 2,5 mil pessoas para encarar Xavi
Resumo da notícia
- O Hienghène Sport é um clube semi-amador da Nova Caledônia e vai disputar o Mundial de Clubes da Fifa.
- Entre os atletas tem administrador de escola, jogador de futebol de areia e um brasileiro - Marcos Paulo, de 21 anos.
- O clube, campeão da Liga dos Campeões da Oceania, estreia hoje (11), a partir das 14h30 (de Brasília), contra o Al Saad, time comandado por Xavi.
- Será a primeira vez que a Nova Caledônia terá representante em uma competição Fifa entre os profissionais.
- Nova Caledônia é uma ilha francesa localizada no Pacífico e destino turístico com praias paradisíacas.
- A passagem, do Brasil, está na média R$ 10 mil.
Imagine um povoado de 2.500 habitantes, localizado em um cenário paradisíaco. Pelo menos por um dia, toda a atenção de Hienghène, na Nova Caledônia, estará em Doha, no Qatar, local em que o time semi-amador local vai estrear pelo Mundial de Clubes da Fifa. O Hienghène Sport reúne um administrador de escola, jogadores de beach soccer e profissionais de outras áreas para encarar, a partir das 14h30 (de Brasília), o Al-Saad, clube dirigido pela lenda do Barcelona Xavi.
Enquanto Xavi, hoje técnico em um milionário time do Qatar, usufruiu de todo o profissionalismo e glamour possíveis da profissão, os adversários convivem com outra uma realidade distinta. Durante o dia, trabalho em outras profissões. De noite, treinamentos com o time, que fez história ao conquistar a Liga dos Campeões da Oceania e levar pela primeira vez a Nova Caledônia a um torneio profissional da Fifa.
"Como atletas amadores, temos uma vida normal e tentamos balancear o trabalho, as questões familiares e o jogo. É muito difícil, especialmente agora que conseguimos alcançar este nível, vencendo a Liga dos Campeões da Oceania pela primeira vez. Isso não poderia ser feito sem o sacrifício que fizemos", comentou o atacante Bertrand Kai, em conversa com o site da Fifa.
Eleito o melhor jogador da Liga dos Campeões da Oceania deste ano, Kai tem 36 anos e divide a carreira de jogador com o trabalho em uma escola. O atacante é administrador de um internato e cuida da logística de alimentos e produtos de limpeza.
Os treinamentos com o Hienghène ocorrem após o expediente, com exceção às quartas-feiras. No sábado, o veterano encara os jogos pela liga local. Rotina corrida que precisa encontrar um tempo para questões pessoais em meio à carreira no território francês no Pacífico.
Originário da região tribal de Ganem, Kai ainda divide o tempo de convivência com a mulher e dois filhos, que vão às partidas para aumentar o tempo de união familiar durante a semana. "Fazemos muitos sacrifícios para jogar futebol e deixar a família para trás", acrescenta.
O sacrifício valeu a pena. O Hienghène Sport chegou ao Mundial de Clubes ao bater um rival local e forma categórica. Diante do Magenta, clube da capital Nouméa, o representante da Nova Caledônia na competição Fifa venceu a final por 1 a 0 com um gol do meio-campo, assinado por Amy Roine.
Se vencer o duelo contra o Al-Saad, o clube da Nova Caledônia volta a campo no sábado (14), às 14h30 (de Brasília), para encarar o Monterrey, do México. Este é o lado da chave do Liverpool e só encararia o Flamengo em uma possível final.
Brasileiro e base no beach soccer
O representante da Oceania tem perfil de clube semi-amador, mas vai para o Mundial com atletas experientes no cenário competitivo...de futebol de areia. Quatro jogadores, além do técnico Felix Tagawa, representaram a Nova Caledônia na Copa das Nações de Beach Soccer da Oceania.
O grande destaque deste grupo na areia e no gramado é o goleiro Rocky Nyikeine, de 27 anos, eleito o luva de ouro na conquista da Liga dos Campeões da Oceania. Diante de profissionais, a chance de classificação contra o Al-Saad passa justamente por uma ótima atuação de Nyikeine.
Na lista dos 23 inscritos para o Mundial, o time do Pacífico conta com o brasileiro Marcos Paulo. O meio-campista de 21 anos foi revelado pelo Marília, equipe do interior de São Paulo.
Nova Caledônia é paraíso turístico no Pacífico
Agora no mapa do futebol graças ao Mundial de Clubes, a Nova Caledônia é um território francês localizado no Oceano Pacífico. Porção de terra mais distante de Paris entre as colônias, com 16 mil quilômetros de distância, o país da Oceania é um paraíso que se tornou destino de turistas franceses, australianos e japoneses nos últimos anos.
As praias com águas cristalinas e os cenários cinematográficos, contudo, são "salgados" para a realidade brasileira. Sites de hotelaria colocam diárias na média de R$ 400. A passagem pesa ainda mais: por volta de R$ 10 mil, com duas escalas no mínimo. Austrália e Nova Zelândia são as pontes para a ilha francesa que estreará no Mundial da Fifa.
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