Em dezembro de 81! Como Fla era visto no exterior em Mundial há 38 anos
O Flamengo conseguiu desbancar o poderoso Liverpool há exatos 38 anos e fez o técnico inglês Bob Paisley mudar o discurso. Foi em um 13 de dezembro que o time comandado por Zico aniquilou o então campeão europeu com uma atuação de gala nos primeiros 45 minutos do duelo.
A atuação do time rubro-negro no estádio Nacional de Tóquio, segundo declarações de Paisley, concedidas minutos depois do confronto, deixou o Liverpool "entorpecido física e mentalmente dentro de campo". Antes de embarcar rumo ao Japão para a decisão, o treinador havia dito que "não conhecia nada do clube brasileiro".
Depois de quase quatro décadas, os rivais podem se encontrar no Mundial de Clubes disputado no Qatar. A estreia do Flamengo será no dia 17, contra o vencedor do jogo entre Al-Hilal e Espérance de Tunis. Um dia depois, o Liverpool jogará contra Monterrey ou Al-Sadd. A final está marcada para o dia 21.
Pré-jogo
O Liverpool decidiu participar do Mundial de Clubes depois de recusar a participação em duas oportunidades, em 1977 e 1978. Campeão europeu nesses anos, a equipe inglesa alegou falta de tempo. À época, o título mundial era decidido em duas partidas (o jogo único, no Japão, passou a acontecer em 1980).
Em entrevista à revista 'Placar', Paisley mencionou o calendário para justificar a participação. De acordo com ele, o Liverpool, que seria campeão inglês naquela temporada, no início de um tricampeonato, havia conseguido antecipar um jogo contra o Birmingham. Além disso, a parte financeira pesava. O clube precisava de dinheiro.
O Flamengo, por sua vez, vivia uma série de decisões seguidas. O time treinado por Paulo César Carpegiani se sagrou campeão da Libertadores no dia 23 de novembro, no terceiro jogo contra o Cobreloa. No dia 6 de dezembro, derrotou o Vasco na terceira final do Campeonato Carioca e voltou a levantar uma taça. Uma semana depois, mediu forças com o Liverpool, que conquistou o título europeu em maio de 1981.
A organização do jogo divulgou dois cartazes da final. Em um deles, Zico e Kenny Dalglish ficaram frente a frente. Em outro, maior, apenas o camisa dez do Flamengo ganhou destaque, mesmo com a chamada "Vai acontecer a batalha do século" (frase traduzida do japonês).
O jogo
A superioridade do Flamengo no duelo com o Liverpool em Tóquio ficou nítida logo nos primeiros minutos. Sem correr riscos, o time brasileiro foi às redes pela primeira vez aos 13 minutos do primeiro tempo, com Nunes, que recebeu um passe por cima na medida de Zico e tocou na saída do goleiro Grobbelaar.
O Liverpool, que tinha oito jogadores do time campeão europeu contra o Real Madrid, em maio, não conseguiu reagir. Aos 34, Adílio fez 2 a 0, com mais uma participação decisiva de Zico. O meio-campista cobrou uma falta e viu Grobbelaar soltar a bola. No rebote, Adílio aproveitou para ampliar.
O terceiro gol saiu sete minutos, quase numa reedição do primeiro gol. No lance, Zico aproveitou a linha de impedimento feita pelo Liverpool e deixou Nunes na cara do gol. O atacante avançou e chutou forte e cruzado para vencer o goleiro mais uma vez. Em 41 minutos, o Flamengo fechou a contagem.
Pós-jogo
Diante da postura do Flamengo e da falta de resposta do time inglês, Bob Paisley se rendeu ao futebol apresentado pelos brasileiros. "Simplesmente não consigo explicar por que o Liverpool não pôde realizar um trabalho melhor. Estivemos entorpecidos física e mentalmente em campo", disse.
Paisley ainda reconheceu que o Liverpool não conseguiu reagir nos últimos 45 minutos do duelo. "Tentamos atacar no segundo tempo, mas foi tarde demais. Apesar de meus jogadores não terem tido controle em campo, deveríamos ter realizado um jogo mais veloz", ressaltou.
Por fim, citou as condições do campo do estádio Nacional. "O estado do gramado deu uma vantagem para o tipo de jogo desenvolvido pelos brasileiros. Foi culpa nossa. Não posso inventar desculpas", afirmou.
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