Ex-Fla substituiu Eto'o no Qatar e espera tempo livre por final do Mundial
Jogador que desfrutava de grande prestígio na base do Flamengo, Kayke deixou o clube sem conseguir comprovar toda a expectativa criada. De volta à Gávea em 2015, foi peça importante em um elenco que começava a ser reforçado. Valorizado, foi vendido para o Japão, retornou para o Brasil, e recebeu a missão de ser nada menos que o substituto do camaronês Samuel Eto'o no Qatar SC.
Em nove jogos pelo clube de Doha, sede do Mundial de Clubes, ele marcou oito vezes e deu outras três assistências. A boa fase particular do jogador recolocou o clube no caminho das vitórias e rendeu até elogios de Xavi. Autor de dois gols na vitória por 3 a 0 sobre o Al-Saad, clube treinado pelo espanhol, foi cumprimentado e festejado pelo ex-craque após o duelo válido pela Q-League, a liga nacional do país.
"O Eto'o estava aqui ano passado, vim mais ou menos para o lugar dele. Ele saiu no final da temporada passada, é embaixador da Copa e ainda mora por aqui. Esse início tem surpreendido. Quero muito ficar aqui. Depois desse jogo contra o Al-Saad, o Xavi estava saindo e me cumprimentou e parabenizou pelo meu jogo individual e a atuação coletiva", disse Kayke ao UOL Esporte.
A vitória sobre a principal equipe local rendeu um episódio digno das "1001 noites". Eufórico após o triunfo, o xeque que comanda o clube promoveu um banquete em sua casa. Para surpresa do atacante, o local estava repleto de falcões, animal que simboliza a riqueza e a prosperidade. Após os comes e bebes, posou com uma ave em seu braço e fez graça nas redes sociais.
"Quando você chega na casa de alguém e essa pessoa tem cria de falcões, isso significa prestígio e poder aquisitivo muito grande. Um falcão é o preço de um carro aqui. Tinham vários na casa do xeque, mas ele não me deu, não. As pessoas acham que você faz um gol e tem uma Ferrari na sua garagem. Claro que, assim como em qualquer clube, você é bonificado. Mas ainda estou esperando, não vou ficar triste se aparecer uma Ferrari no meu quintal", brincou ele.
Quis o destino que o Flamengo de Kayke ganhasse a Libertadores e viesse disputar o Mundial de Clubes justamente em sua casa. Literalmente. O centroavante, que mora em um condomínio anexo ao hotel que servirá de base para os rubro-negros, já tem ingresso para a semifinal e ainda não tem presença carimbada na possível finalíssima. Como tem jogo no dia seguinte, ainda aguarda a definição da agenda do clube para saber se poderá levar seu apoio na arquibancada.
"Durante muitos anos eu deixei de acompanhar o Flamengo, sempre pensava muito no lado profissional. Voltei em 2015 e tudo aconteceu da forma que sempre sonhei quando era menino. Tinha essa dívida comigo mesmo. Quando eu fui vendido para o Yokohama (JAP), o carinho aumentou. Vou estar na semifinal, mas não sei se conseguirei ver a final, pois tenho jogo um dia depois. No que depender de mim e da minha família, estaremos dando um suporte, ainda que espiritual", contou o jogador.
Com Kayke na expectativa, o Flamengo tem desembarque previsto para hoje (14) em Doha. Não será por falta de torcida de um legítimo "Garoto do Ninho" que o clube deixará o Qatar sem o troféu em mãos.
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