Topo

Fla e torcida tentam dar clima de futebol a país que ainda ignora mundiais

Torcedores do Flamengo aglomerados em Doha, no Catar - Leo Burlá / UOL
Torcedores do Flamengo aglomerados em Doha, no Catar Imagem: Leo Burlá / UOL

Leo Burlá

Do UOL, em Doha (Qatar)

16/12/2019 20h00

A estreia de amanhã (17) do Flamengo contra o Al-Hilal (SAU), às 14h30, de (Brasília), no Estádio Kalifa, representa para o clube a chance de seguir vivo na caminhada pelo bicampeonato mundial, mas também uma oportunidade para o Qatar, país-sede do Mundial de Clubes e também da Copa do Mundo, vivenciar um clima de futebol que ainda anda bem distante.

Antes do início do desembarque de rubro-negros (o número total até a possível final é estimado em 15 mil), a competição não era notada nas ruas e locais públicos de Doha. Exceção feita aos agitados torcedores do Espérance (TUN), que fizeram seu agito comportado no Souq Waqif, principal centro comercial da cidade, o ambiente em nada sugeria que havia uma disputa em vigor.

Ainda que nada se compare ao frenesi vivido pelos milhares de rubro-negros que foram até Lima, cidade que recebeu a final da Libertadores, os rubro-negros coloriram a área central. De turbantes na cabeça e sem cerveja na mão (o álcool é proibido em logradouros públicos), os torcedores fizeram uma grande festa, para a cara de espanto dos moradores.

"O qatari não é tão envolvido assim com o futebol, por isso esse certo estranhamento", ressaltou o indiano Vas Armstrong, que vive em Doha.

A chegada do Flamengo não transformou por completo a calmaria, mas deu um pouco mais de cor para o evento. Nas ruas, cartazes com os rostos dos principais astros da competição são vistos, mas o tema não entusiasma quem aqui vive. Isso tudo a três anos da Copa do Mundo.

"Não sei bem quem vai jogar agora, sei mais que haverá a Copa do Mundo em 2022", admitiu o motorista Wijaya, do Sri Lanka.

O espírito de festa foi a razão escolhida pelo empresário Renato Daflon para pedir a confecção de uma túnica estilizada em detalhes rubro-negros. Com uma dezena de amigos, decidiu pelo traje dias antes do embarque e fez a encomenda. Pela urgência, as roupas saíram por R$ 200, mas o espírito de brincadeira falou mais alto.

Rubro-negro encomendou traje típico customizado - Leo Burlá / UOL - Leo Burlá / UOL
Rubro-negro encomendou traje típico customizado
Imagem: Leo Burlá / UOL

Não apenas os rubro-negros que se deslocaram de diversas partes foram até este mercado central, ponto informal de concentração da torcida carioca. Ontem, o presidente Rodolfo Landim esteve lá, assim como algum de seus pares.

Festa, mas em campo

Alheios aos festejos feitos por milhares de torcedores, os jogadores do Flamengo seguem em regime de concentração. Publicamente, o Liverpool, possível rival na final, é assunto proibido.

"Temos um jogo antes, estão se esquecendo pois é uma equipe saudita. Há a tendência de não se valorizar o que não é a Europa. Não há no continente asiático uma equipe como o Al-Hilal. Não me interessa falar do Liverpool", disse Jorge Jesus.

A uma vitória da sonhada final do Mundial, o Flamengo joga para não tornar a euforia em depressão. Se passar pela equipe saudita, é bem provável que os qataris aprendam algumas novas lições importantes antes de 2022.

FICHA TÉCNICA

FLAMENGO X AL-HILAL

Data: 17/12/2019 (terça-feira)
Horário: 14h30 (de Brasília)
Local: Estádio Khalifa, em Doha (QAT)
Árbitro: Ismail Elfath (EUA)
Assistentes: Kyle Atkins (EUA), Corey Parker (EUA)
Árbitro de vídeo: Alan Kelly (IRL)

FLAMENGO: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Marí e Filipe Luís; Arão, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Jorge Jesus

AL-HILAL: Al Muaiouf; Al Burayk, Hyun-Soo, Ali Albulayhi e Al Shahrani; Cuéllar, Kanoo, Carrillo, Carlos Eduardo (Giovanco) e Al Dawsari; Gomis.
Técnico: Razvan Lucescu

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que informado anteriormente, a partida entre Flamengo e Al Hilal será terça-feira, 17 de dezembro, e não domingo. O erro foi corrigido.