Corrida de falcões rouba atenção de milionários do Qatar em meio ao Mundial
O futebol tem seu espaço no Qatar, país-sede da disputa do Mundial de Clubes desse ano. Mas ao passo que a bola rola nos modernos estádios qataris, boa parte dos muitos milionários locais querem mesmo é ver o voo do falcão, animal símbolo do país.
A falcoaria é tradição milenar qatari, especialmente entre os milionários da nação. Um exemplar que disputa corridas em busca de uma isca geralmente composta de uma outra ave pode custar até US$ 200 mil (cerca de R$ 820 mil). As competições, que consistem em fazer com que a ave percorra 200 metros no menor tempo possível até que atinjam o alvo, distribuem prêmios generosos e tem até transmissão pela televisão.
Antes de voar em direção à presa, os falcões ficam empoleirados no braço de seus criadores e sempre com a visão tampada. Ao ser dada a partida, vão em busca do tratador, que sacode incessantemente a carne em uma espécie de corda.
Um dos maiores entusiastas desta modalidade é exatamente o emir Tamim bin Hamad Al Thani (autoridade máxima do país), que cria animais e também participa de caças com esse tipo de ave de rapina. Diz a lenda local que Tamin ficou furioso ao perder "Ali", seu falcão preferido, em temporada de caça em Almaty (CAZ).
A devoção pelos falcões é tamanha no Qatar que há até um hospital de luxo para os bichos em Doha. O local é financiado pelo poder público e, de acordo com os números oficiais, atende 7 mil aves por ano.
"Essa relação vem desde sempre, pois os falcões ajudavam as pessoas a caçarem no deserto", explicou o vendedor Zayn Aziziyah.
Não é tarefa das mais difíceis ver pessoas andando com os falcões nas ruas. Se topar com algum em Doha, certamente você estará diante de uma pessoa de muitas posses, conforme explicou o atacante Kayke, do Qatar SC.
"Quando você chega na casa de alguém e essa pessoa tem cria de falcão, isso significa prestígio e poder aquisitivo muito grande. Um falcão custa o preço de um carro aqui. Depois de um jogo contra o Al Saad, tinham vários na casa do xeque."
Todo tipo de artefatos para a prática da falcoaria podem ser encontrados em um mercado próximo ao Souq Waqif, principal centro comercial popular da capital qatari. A estimativa é que um falcão precise ser treinado por pelo menos dois meses para estar apto para competição. Os campeões do esporte atingem cerca de 80 quilômetros por hora.
O Flamengo inicia hoje (17) contra o Al-Hilal (SAU) a sua corrida pela taça do Mundial de Clubes, às 14h30 (de Brasília), no Estádio Khalifa. Em caso de vitória, o time carioca fará a final do torneio contra o vencedor do duelo entre Liverpool e Monterrey, que jogam amanhã (18).
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