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Após "vitória" em sorteio, Brasil planeja viagens menores nas Eliminatórias

Seleção brasileira jogou pela última vez em novembro, contra a Coreia do Sul, e só volta a campo em março - Pedro Martins/MoWA Press
Seleção brasileira jogou pela última vez em novembro, contra a Coreia do Sul, e só volta a campo em março Imagem: Pedro Martins/MoWA Press

Bruno Grossi e Marcel Rizzo

Do UOL, em São Paulo

18/12/2019 04h00

Resumo da notícia

  • CBF pressionou a Conmebol para realização de sorteio nas Eliminatórias
  • Ideia era desfazer o início complicado da última edição
  • Sorteio ajudou a dar fôlego para a seleção brasileira de Tite
  • Meta agora é melhorar a logística por viagens mais curtas
  • Isso pode afetar cidades brasileiras distantes das fronteiras com os demais países

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pressionou a Conmebol para que as rodadas das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 fossem sorteadas. A ideia era evitar a repetição do calendário da edição anterior e, assim, desfazer um início que apresentava Chile e Argentina fora de casa nas três primeiras rodadas. O movimento, endossado pelos argentinos, funcionou. E a seleção brasileira ainda recebeu um "bônus" de uma largada um pouco mais tranquila para chegar ao Mundial do Qatar.

Na primeira data Fifa reservada para as Eliminatórias, entre 23 e 31 de março de 2020, o Brasil enfrenta a Bolívia como mandante e visita o Peru. O terceiro compromisso também é considerado mais leve, contra a Venezuela, mais uma vez em casa e previsto para o início de setembro do ano que vem. Só quarta rodada começa uma sequência mais complicada: Uruguai — também em setembro — e Colômbia fora e Argentina em casa. Esses dois embates devem ser entre 5 e 13 de outubro.

Caso o cenário das Eliminatórias anteriores fosse repetido, os compromissos difíceis logo no início podiam trazer mais turbulência para Tite, muito criticado nos amistosos que foram disputados após a conquista da Copa América. Dunga, por exemplo, patinou nessa largada mais desafiadora e logo mergulhou em pressão.

A comissão técnica brasileira, no entanto, não quer ficar dependente apenas dessa mudança de tabela. A promessa, feita pelo coordenador de seleções Juninho Paulista, é melhorar a logística das viagens. Isso passa por escolher sedes para os jogos do Brasil que sejam mais próximas das cidades dos embates fora de casa.

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Assim, se vai enfrentar o Peru provavelmente em Lima na segunda rodada, entre os dias 30 e 31 de março de 2020, a CBF quer que o jogo de estreia contra a Bolívia seja em uma cidade brasileira que exija menos horas de voo e, consequentemente, mais tempo para a recuperação dos atletas e treinos antes do compromisso seguinte com os peruanos.

Nas Eliminatórias passadas, esse foi um grande problema. Para efeito de comparação, a estreia foi em Santiago, no Chile, e o segundo confronto foi em Fortaleza. Uma viagem longa e uma drástica mudança de clima, mais obstáculos, além do natural desgaste gerado pela viagem para a América do Sul feita pelos convocados de times europeus, que costumam ser maioria no elenco.

Para casar com jogos no Uruguai, na Argentina e no Chile, a tendência é que as cidades do Sul e Sudeste sejam utilizadas como sede. Os duelos com Paraguai e Bolívia fora de casa podem ser ajustados com jogos no Centro-Oeste e no Sudeste. Já para Venezuela, Colômbia, Peru e Equador, a tendência é priorizar Norte e Nordeste.

Há uma preocupação das federações nordestinas, aliás, de que os Estados da região acabem sendo prejudicados por essa nova distribuição que pode ser feita pela CBF. As distâncias mais curtas entre capitais do Nordeste e capitais sul-americanas são as entre Salvador, na Bahia e Assunção, no Paraguai, e entre São Luís, no Maranhão, e Caracas, na Venezuela. Ainda assim, seria necessário fretar voos para evitar trajetos longos e com escalas.