Flu terá time sub-23 para melhorar transição e aproveitar base sem espaço
O projeto do time de aspirantes do Fluminense sairá do papel em 2020. Visto como o futuro do futebol brasileiro pelo diretor Paulo Angioni, a equipe sub-23 será criada com um elenco entre 22 e 25 jogadores, todos oriundos das divisões de base. Atletas sem espaço no grupo profissional e que estouraram a idade para o sub-20 serão utilizados.
"O Fluminense é uma escola de craques. A partir do ano que vem teremos o projeto do sub-23, que ajudará nesse trabalho de desenvolvimento de jogadores. No Inter já trouxe muitos jogadores da base, fizeram parte do grupo. Se os meninos renderem e produzirem mais, certamente receberá mais oportunidades para seguir em frente. Espero contar com eles", declarou Odair Hellmann em sua apresentação.
A ideia é utilizar o excedente da produção em massa de Xerém, a fábrica de talentos do Flu nas divisões de base. Hoje, o clube já possui 15 jogadores de linha para a equipe de aspirantes, que será utilizada para melhorar a transição, o que para Angioni é o grande problema do futebol brasileiro.
"Na realidade, olhar para os aspirantes é olhar para o futuro. Ano que vem, o Fluminense vai trabalhar com jogadores de 2001 no grupo profissional. E temos 13 jogadores entre 1999 e 2000 que não teriam nenhum espaço no profissional e ficariam à mercê de um mercado que não dá condições para ele crescer. O problema do futebol brasileiro, há muitos anos, é a transição. O mercado tem uma escassez absurda. Não temos lateral aqui e temos que buscar no Equador. Não temos atacante e vamos buscar no Uruguai. Porque não temos aqui. Estamos tentando fomentar isso", explicou.
Além dos 15 atletas que o Tricolor já dispõe, incluindo casos como o lateral Diogo, os volantes Caio e Zé Ricardo e o meia Gabriel Capixaba, há ainda os jogadores emprestados que pertencem ao clube, como o atacante Matheus Pato, hoje no Daegon Citizen, da Coreia do Sul.
A ideia é diminuir empréstimos desinteressantes para a formação do atleta e aproveitá-los em casa, mais próximos da comissão técnica principal de Odair Hellmann. O campo 3, que deve ficar pronto em fevereiro, será utilizado por esse grupo, que terá o comando do técnico Marcão.
"Gostaria muito que ele trabalhasse com 22 jogadores e não 30. Relacionamos 23 ou 22 sempre. Quem fica de fora, é só problema. Tem clube europeu de ponta que trabalha com 19 jogadores e aproveita o time B. É melhor para o treinador e é melhor para o jogador de base, que tem uma aspiração maior de chegar ao profissional, nesse trabalho concomitante. Estamos lutando para isso, as equipes e a CBF entenderam. O Odair também vai poder trabalhar com a base, que ele gosta, e vamos implementar isso. A ideia é essa e esperamos ter sucesso com isso na prática", disse.
Diferentemente de um entendimento equivocado, o Fluminense não irá ao mercado contratar atletas para o time de aspirantes. Há, apenas, a intenção futura de prospectar jogadores do Centro de Inteligência de Futebol do clube com idade sub-23 que cheguem sem custos ao clube após análises, provavelmente provenientes de estados mais pobres ou sem tradição no esporte. Além disso, o time pode ser utilizado para dar ritmo de jogo a atletas em recuperação de lesão, por exemplo.
O Tricolor trabalha junto a CBF para expandir o calendário da categoria, que hoje se restringe ao Brasileirão, no segundo semestre.
"A resposta que posso dar é a quantidade de jogadores de fora do Brasil que estão por aqui. Eles só chegam em função da maturação muito precoce dos jogadores de base. Ou seja, o projeto é para continuar desenvolvendo esses jogadores. A maioria está aqui tem cinco anos ou mais. Em outros clubes também. Estive algumas vezes com o Manoel Flores, na CBF, então estamos tentando estender o calendário para ter competição sub-23 sempre. Estamos lutando para isso, as equipes e a CBF entenderam, a CBF tem nos ajudado. Serão até 25 jogadores, e já temos 15, provavelmente fechando o número de 22 já no início de 2020", finalizou Angioni.
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