Santos oferece parcela do Fla por Bruno Henrique em dívida ligada a Neymar
Enquanto Bruno Henrique brilha com a camisa do Flamengo no Mundial de Clubes - foi o principal destaque na vitória por 3 a 1 sobre o Al-Hilal anteontem (17) - resta ao Rubro-Negro a terceira e última parcela devida ao Santos pela compra do atacante, de R$ 11 milhões, com vencimento previsto para o próximo dia 21 de janeiro. O clube paulista, entretanto, já ofereceu a quantia a ser recebida como garantia em uma dívida que envolve a ida de Neymar do Barcelona para o PSG.
O caso envolve uma cadeia grande de personagens. Em 2017, ainda na gestão de Modesto Roma Júnior, o Santos firmou contrato com uma empresa chamada Quantum Solutions. Sediada em Malta, ela teria a missão de intermediar junto ao PSG o recebimento dos valores aos quais o alvinegro tinha direito pelo mecanismo de solidariedade na contratação de Neymar pelo clube francês por 222 milhões de euros.
A Quantum repassou esse crédito, avaliado atualmente em cerca de R$ 2,6 milhões, a uma empresa brasileira, chamada FK Sports. Na Justiça, a FK cobrou o Santos e conseguiu bloquear receitas que o clube teria a receber da CBF, Federação Paulista, Globo e patrocinadores. O Alvinegro solicita a substituição desses bloqueios pela parcela que vai receber do Fla por Bruno Henrique, mas a Justiça não autorizou a troca.
A FK tem como principal sócia Karina Pena, esposa do agente Frederico Pena, ligado à Traffic. A empresa já teve em seu quadro de sócios o atacante Vinícius Júnior, hoje no Real Madrid, e seu tio e também empresário Ulysses Paixão. Em novembro de 2018, questionada pelo UOL Esporte, a FK retirou o jogador do quadro societário - sua presença tinha como objetivo facilitar o recebimento de direitos de imagem e verbas de patrocinadores.
A atual diretoria do Santos, presidida por José Carlos Peres, tenta anular a dívida. O argumento é de que toda a negociação pelo recebimento dos valores de solidariedade pela venda de Neymar ao PSG foram negociados diretamente entre os departamentos jurídicos dos clubes, sem qualquer participação de representantes intermediários. A versão é contestada pela FK, e o caso se estende desde novembro do ano passado.
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