"Sente e converse": entenda o protesto que parou Barça x Real no Camp Nou
O Camp Nou se vestiu de independentismo durante o Barcelona 0 x 0 Real Madrid, ontem (18), que teve enorme simbolismo político. Em meio a um levante na Catalunha, o movimento Tsunami Democrático convocou protestos na rua do estádio e conseguiu paralisar o jogo ao atirar bolas infláveis no gramado.
Em uma escalada de protestos calorosos, o pedido de soberania parte de uma primeira exigência básica: o diálogo. O lema do movimento é a frase "Espanha, sente e converse", que apareceu em duas faixas grandes no Camp Nou e em milhares de cartazes pelo estádio. A intenção é que as manifestações pacíficas pressionem o governo espanhol a negociar uma saída diplomática para o problema político da Catalunha.
Ontem, o Tsunami Democrático convocou protestos para o entorno do Camp Nou, horas antes do jogo. Um público estimado de 5 mil pessoas seguiu com o ato noite adentro e, enquanto o clássico rolava, a polícia reprimiu tudo com violência.
Alguns manifestantes tentaram romper o cerco policial em torno do estádio, mas foram dispersados. No total 12 pessoas ficaram feridas, incluindo quatro que foram levadas a hospitais próximos. Enquanto isso, nas arquibancadas, torcedores interromperam o clássico ao atirar bolas plásticas no gramado e cantar "presos políticos, liberdade!".
Ontem, o Barcelona não engrossou publicamente a iniciativa, mas permitiu que o Camp Nou tivesse várias referências ao movimento independentista: mosaico nas cores da bandeira catalã e, principalmente, duas grandes faixas estendidas na arquibancada. Em entrevista dias antes do clássico, o presidente Josep Maria Bartomeu já havia exaltado a livre manifestação. "Quem quiser protestar pacificamente pode fazê-lo. O Camp Nou é um espaço de liberdade de expressão", disse na ocasião.
O Tsunami Democrático nasceu em outubro como um coletivo defensor da independência catalã. Logo no primeiro dia, bloqueou o Aeroporto de Barcelona e fez com que mais de 100 voos fossem cancelados. De enorme capacidade de mobilização, tem como lema "direitos, liberdade, autodeterminação". Nas redes sociais, o movimento celebrou ontem ter conseguido atrair atenção ao tema. O comunicado termina com um aviso por mais ações: "a força do povo não termina hoje".
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